Conselheiros reprovam contas da gestão Peres em 2018

A maioria dos conselheiros aprovou o relatório feito pelo Conselho Fiscal do clube

Por: Bruno Lima  -  16/04/19  -  02:49
  Foto: Ivan Storti/Santos FC

Em uma reunião bastante acalorada, na noite desta segunda-feira (15), na Vila Belmiro, o Conselho Deliberativo (CD) do Santos reprovou as contas do clube referente ao ano passado, primeiro da gestão do presidente José Carlos Peres. Com isso, o relatório elaborado pelo Conselho Fiscal (CF) do Peixe, com todas as movimentações financeiras realizadas em 2018, será encaminhado à Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS) para a apuração das responsabilidades individuais dos membros do Comitê de Gestão (CG). 


De acordo com o documento do CF, a gestão do presidente Peres, que terá 15 dias para concluir sua defesa, deve ser considerada "temerária" pelo deficit de R$ 77,386 milhões e por outros fatos denunciados ao CD por ex-integrantes do CG que deixaram o órgão ainda no ano passado. 


No seu direito de defesa perante os conselheiros, José Carlos Peres encaminhou ao púlpito o executivo de finanças do Santos, Fernando Volpato. Porém, os conselheiros não permitiram Volpato de explicar os gastos de 2018 pelo fato de ele não compor o CD, e sim ser um funcionário contratado pelo Clube. 


Com um pedido de paz, Peres solicitou a autorização dos conselheiros para que Volpato explicasse os gastos de 2018. O pedido foi negado e o mandatário registrou a sua defesa apenas na ata do encontro.


Nesse documento em justifica os gastos, o mandatário alvinegro e os membros do CG relatam que o deficit de R$ 77 milhões é um retrato de 31/12/2018 e que não reflete as questões financeiras do clube. Além disso, explicam que honraram compromissos pendentes e assumidos em anos anteriores (R$ 74 milhões). 


Mais: se a venda do atacante Rodrygo para o Real Madrid pudesse ser incluída nas movimentações financeiras de 2018  geraria um receita líquida de aproxidamente R$ 150 milhões de reais. O que daria a atual gestão um superávit de R$ 72 milhões de reais.


Um dos principais problemas verificados foi a diferença de R$ 107,347 mi entre a receita projetada e executada no período (R$ 325,125 mi contra R$ 217,777 mi).



Ainda de acordo com o documento, a atual gestão alega que o orçamento projetado não é realista e foi efetuado em outubro de 2016, com projeções baseada na visão da gestão anterior. A cúpula alvinegra aproveita para lembrar que esse orçamento, visando o ano de 2018, não foi aprovado pelo CD. 


Cartões coporativos


Um outro ponto polêmico envolve o uso de três cartões corporativos, utilizados pelo presidente José Carlos Peres, Marco Antônio Afonso Andrade (Departamento de Compras) e Diogo da Silva Castro (Departamento de Futebol Profissional). Após análise, o CF constatou o pagamento de despesas, com valores expressivos, para o uso pessoal, como, por exemplo, gastos com lojas de artigos de vestuário feminino, supermercados, farmácias entre outros itens. 


A atual gestão rebate, dizendo que protocolou ofício junto ao CF justificando todos os gastos efetuados com os cartões corporativos. 


Nada disso, no entanto, foi suficiente para convencer os conselheiros, que, no passado também reprovaram as contas do último ano de gestão do ex-presidente Modesto Roma Junior. 


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