Após troca de empurrões com Peres, agente avisa que Caju não fica no Santos

O desentendimento entre o presidente e o agente do lateral-esquerdo ocorreu na tarde desta quinta-feira (11)

Por: Bruno Lima  -  12/07/19  -  01:54
  Foto: Ivan Storti/Santos FC

Por causa de uma divergência de valores, o  empresário Anderson Francisco, que representa o lateral-esquerdo Caju, e o presidente do Santos, José Carlos Peres, tiveram um desentendimento na frente da Vila Belmiro, nesta quinta-feira (11), com direito a troca de empurrões. Inconformado com o tratamento recebido do dirigente, Francisco sentenciou que o atleta não joga mais pelo clube.

Em entrevista para A Tribuna On-line, Anderson Francisco acrescentou que Caju nem sequer treinará com o elenco profissional do Peixe enquanto a situação não for resolvida. 

Com vínculo até 31 de dezembro de 2019, Caju tem proposta do Braga, de Portugal, e quer se transferir. O lateral está convencido de que não será usado com regularidade pelo técnico Jorge Sampaoli. Na tentativa de chegar a um acordo e conseguir a liberação, Anderson foi à Vila. 

“Nós estamos a semana inteira negociando a saída do Caju pela porta da frente do clube. Abrimos mão de receber os nossos 40% – o Santos detém os outros 60% dos direitos do atleta. Hoje fui conversar novamente com o Peres, porque ontem (10) ele nos deixou esperando por cinco horas e não apareceu. Quando cheguei à Vila com o Caju, falei que queria conversar, mas ele já respondeu que comigo não tinha papo. Disse que queria 30% de uma futura venda do Caju para liberar”, disse o agente, argumentando que, nessa hora, o presidente teria subido o tom de voz. 

“No momento em que ele gritou comigo, respondi à altura. Disse que queremos deixar o Santos. Houve um início de confusão e eu o empurrei. O pessoal logo nos separou para evitar que as coisas piorassem. Não senti ele me empurrar. Depois me falaram que se desequilibrou perto de umas motos que estavam estacionadas, mas não vi. Fiquei muito nervoso", acrescentou Anderson.

Negociação

Ainda de acordo com Anderson, desde que voltou do empréstimo ao Apoel, do Chipre, em maio, Caju, prestes a completar 24 anos, foi procurado por oito clubes interessados na assinatura de um pré-contrato para transferência em janeiro do ano que vem. 

"Além da proposta do Braga, existem clubes da Croácia, Dinamarca e Bulgária nos oferecendo o pré-contrato. Nós temos a preferência pelo Braga porque se trata de uma liga de respeito e pelo fato de o Caju não precisar passar por um período longo de adaptação. O Caju voltou do Chipre, onde jogou boa parte do tempo sem entender nada do que se falava por lá. Ele foi bem, mas não posso correr esse risco novamente", comentou o agente. 

A oferta do clube português, ainda segundo Anderson, é de 500 mil euros (R$ 2,1 milhões) mais 300 mil euros (R$ 1,2 milhão) em uma futura venda. Peres, entretanto, insiste em receber 650 mil euros (R$2,7 milhões) mais 30% do valor de uma futura transferência. 

"O jogador pode sair de graça em janeiro. O máximo que consegui foi 500 mil euros. Por esse valor, o Caju abre mão de receber os 40% que lhe pertencem. Ou seja, ficaria tudo para o Santos. Nós não vamos receber uma oferta maior. O Caju não quer prejudicar o Santos. Quer apenas seguir a carreira dele. Se tivermos que esperar os 650 mil euros, vamos exigir os nossos 40% e o Santos receberia apenas 390 mil euros (R$1,6 milhões)", falou Anderson. 

Renovação

Anderson ainda revelou que, em reunião recente, o presidente do Santos propôs renovar o contrato de Caju por mais quatro anos com salários mensais de R$ 200 mil. "O Peres alega que, com a renovação, o Santos o emprestaria novamente e poderia negociá-lo por um valor maior. Acontece que o jogador  quer se transferir agora", concluiu o agente.

O presidente José Carlos Peres foi procurado pelo Reportagem para comentar o assunto, mas não retornou os contatos. O espaço segue aberto para o mandatário se manifestar.


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