Amor hereditário: Mães 'transmitem' torcida pelo Santos para os filhos

Juliana Teixeira homenageou o ídolo do Peixe Giovanni no nome de um de seus três filhos; Conheça essa e outra história de amor alvinegro entre mães e filhos

Por: Nathalia Perez & De A Tribuna On-line &  -  12/05/19  -  16:51
  Foto: Arquivo pessoal

Torcer para um time de futebol vai além de assistir aos jogos da equipe pela televisão ou no fervor da arquibancada e acompanhar o dia a dia do clube por meio dos veículos de comunicação. Por trás de toda escolha por um time do coração, há uma história. A mais comum delas é o amor hereditário, quando o futebol se torna laço familiar e vira assunto de café da manhã, almoço e jantar. Só que a menos frequente é aquela passada de mãe para filhos, o que é um reflexo da sociedade.


Mulheres como Juliana Teixeira, de 37 anos, que vive em São Paulo, e Rosana Caetano, 55 anos, de Santos, vão na contramão do que se vê em maioria nos estádios: pais e filhos torcendo juntos. Santistas fanáticas, elas foram responsáveis por fomentar a paixão que seus filhos nutrem pelo Peixe. No caso de Juliana, essa relação veio de berço. Ou melhor, de cartório. Já no de Rosana, demorou até que ela conseguisse 'transmitir' a torcida à sua filha Marilla Caetano, mas isso aconteceu em uma data um tanto significativa.


Juliana conta que começou a se interessar por futebol durante a Copa do Mundo de 1994. Naquela época, ainda no início de sua adolescência, ela tinha um namorado que torcia para o Santos, e, com isso, ela começou a acompanhar o time junto com ele. "Eu me apaixonei completamente pela história do clube e virei fanática. Tudo ficou mais forte quando Giovanni começou a brilhar", revelou à Tribuna On-Line.


Juliana, Giovanni, Pedro e Rubens Teixeira no Salão da Vila Belmiro em 2010, no dia da apresentação de Giovanni de volta ao Santos
Juliana, Giovanni, Pedro e Rubens Teixeira no Salão da Vila Belmiro em 2010, no dia da apresentação de Giovanni de volta ao Santos   Foto: Arquivo pessoal

A admiração da paulistana pelo 'Messias' da Vila Belmiro cresceu tanto a ponto de ela homenageá-lo no nome de um de seus três filhos. E, como não poderia ser diferente, ele, que é o caçula, com 13 anos, nasceu santista, bem como seus irmãos Rubens e Pedro Teixeira, de 19 e 16 anos. "Vamos com frequência ao estádio desde que eram bebês. Às vezes, eles vão com o pai, mas, na grande parte das vezes, vão comigo", disse ela.


Foram diversos Dias das Mães comemorados no estádio, ela relembra. Ir ao Pacaembu sempre que o Santos joga na capital, por sinal, é um programa que não sai da lista de compromissos dos quatro, que também costumam descer a Serra, no mínimo, quatro vezes por ano para frequentar a Vila Belmiro.


"Um momento muito marcante que passamos no estádio foi a final do Campeonato Paulista de 2012, que caiu no Dia das Mães, e nós fomos os quatro juntos ao Morumbi. E fomos campeões! Outro muito importante foi a final da Copa do Brasil Feminina em 2009, quando vimos a Marta ser campeã pelo Peixe", recordou.


O amor compartilhado pelo clube alvinegro é visto por Juliana como uma parte importante da relação familiar entre ela e os filhos. "É o programa que mais nos une, mesmo agora que eles estão na adolescência, esta fase em que cada um tem o seu mundo, seu grupo de amigos. Ver os jogos e conversar sobre o Santos é uma constante desde a infância e creio que continuará para sempre", declarou.


Presente de Dia das Mães


O melhor presente que Rosana Caetano poderia ter ganhado de Dia das Mães não foi material. Em 2012, bem na data, ela viu sua filha Marilla, hoje com 30 anos, 'virar a casaca' e dar espaço ao Santos em seu coração. A mãe conta que, antes disso, Marilla torcia para o São Paulo por conta de Kaká. "Eu sabia que não era por causa do Tricolor em si, mas pelo jogador. Então, insisti um pouquinho e ela virou santista e ganhou até camisa nesse dia", contou Rosana, que nasceu com o Santos já correndo em suas veias, em uma família de fanáticos.


Família de Marilla reunida comemorando ela ter se tornado santista
Família de Marilla reunida comemorando ela ter se tornado santista   Foto: Arquivo pessoal

Ela presenciou inúmeras conquistas do Peixe diretamente do estádio. Algumas sequências de títulos, vários jogos emocionantes, gols que renderam Prêmio Puskas. Mas ela conta que as melhores experiências com o Santos foram ao lado de sua filha.


Há quatro anos, no dia da final do Campeonato Paulista, contra o Palmeiras, Marilla estava internada no hospital por conta de um problema de saúde. Pela manhã, ela teve alta, e, à tarde, já estava com a mãe apoiando o time na Vila Belmiro. "Eu pulava que nem doida quando o Lucas Lima bateu e converteu aquele pênalti decisivo, sendo que eu não podia pular", contou a filha.


Sócias-torcedoras, mãe e filha vão juntas a quase todas as partidas na Vila Belmiro, onde gritam, vibram e, claro, dão algumas 'cornetadas' vez ou outra. "A gente conversa muito, criticamos os mesmos jogadores, gostamos de jogadores igual. Quando eu não entendo alguma coisa, ela me explica. Ela gosta bastante quando eu vou na Vila", concluiu Marilla.


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