Amigo de fé, irmão camarada: Pelé e Manoel Maria

Em 1968, o jovem atacante Manoel Maria chegava ao Santos e não imaginava que se tornaria um dos melhores amigos de Pelé

Por: Bruno Lima  -  23/10/20  -  19:15
O jovem atacante Manoel Maria chegava ao Santos e não imaginava que se tornaria amigo de Pelé
O jovem atacante Manoel Maria chegava ao Santos e não imaginava que se tornaria amigo de Pelé   Foto: Arquivo pessoal

Em 1968, o jovem atacante Manoel Maria chegava ao Santos e não imaginava que se tornaria um dos melhores amigos de Pelé. Mais de 50 anos depois, a amizade entre os dois segue inabalável, a ponto de ser difícil de ser dimensionada pelo parceiro do maior camisa 10 da história do futebol mundial.


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“O meu primeiro contato com o Pelé foi em 1968, durante uma viagem para a disputa de alguns amistosos na Europa. Lembro que na época eu estava na equipe juvenil e me encontrei com o elenco profissional na Suíça. Fizemos uma série de jogos fora do País. No começo, confesso que fiquei meio arredio, um pouco assustado. Afinal, ele já era o Pelé, bicampeão do mundo com a Seleção Brasileira”, relembra Manoel. 


Apesar da fama do amigo, Manoel revela que no dia a dia ele e os demais companheiros de Santos não tinham a real noção daquilo que representava o Rei.


“A verdade é que ninguém sabia o que ele significava para as pessoas. Nem o Pelé tinha essa noção. Para a gente, talvez pela convivência, era tudo normal”, conta. 


Mas um exemplo de que a presença de Pelé nos lugares transforma tudo e todos ocorreu durante uma passagem do Santos pelo Egito, ainda na década de 60. 


“Quando estávamos desembarcando do avião, havia vários guardas posicionados para fazer a nossa segurança. O problema foi que quando o Pelé pisou na pista, os próprios guardas saíram correndo pra cima dele pedindo autógrafos e nós, o restante do time, ficamos todos desprotegidos”, recorda Manoel com bom-humor. 


“Paramos a Guerra”


Mas nada mais marcante durante o período como jogador ao lado do Rei Pelé ocorreu no continente africano. Manoel Maria conta que, durante uma das excursões do Peixe, a possibilidade de ver Pelé em campo fez dois povos paralisarem uma guerra. 


“Foi na Nigéria. Havia um conflito entre dois povos do país. Quando nós chegamos para um amistoso, eles interromperam a guerra para ver o Santos do Pelé jogar. Depois de deixarmos o país retomaram o confronto”.


Proximidade nos dias atuais


O término das carreiras de Manoel Maria e Pelé não distanciou os dois. Antes do início da pandemia do novo coronavírus, eles, juntos dos familiares, tinham o hábito de estar sempre se visitando. O distanciamento social imposto pela covid-19 virou um obstáculo para os encontros da dupla. Segundo Manoel, só tem servido para trazer saudade do amigo.


“Sempre nos falamos por telefone. Antes da pandemia nós passávamos muitos finais de semana juntos, com as nossas famílias. Agora precisamos esperar para nos reencontrarmos. Passei muitas coisas boas na companhia do Pelé. Eu não tenho palavras para explicar o que o Pelé representa pra mim. Sinto muita falta dele, e ele de mim. O problema é que não tem o que fazer”, comenta ele antes de desejar felicidades e saúde ao amigo para que possa realizar um sonho.


“Nesse aniversário de 80 anos desejo muita saúde e felicidade para o Pelé. Ele precisa de saúde para que possa realizar o sonho de comemorar o aniversário de 100 anos no estádio do Maracanã, como ele sempre quis”, comenta.


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