Em 1999, o início de uma linda história

A primeira taça veio em 1999, após uma série de frustrações no torneio

Por: Bruno Rios  -  31/01/21  -  18:17
 Em 1999, o início de uma linda história
Em 1999, o início de uma linda história   Foto: Marcos Mendes/Estadão Conteúdo

Com a conquista no Maracanã, o Palmeiras se torna a quarta equipe brasileira a ter dois troféus da Libertadores, ao lado de Cruzeiro, Internacional e Flamengo. A primeira taça veio em 1999, após uma série de frustrações no torneio, incluindo os vice-campeonatos de 1961 e 1968, e contou com duelos inesquecíveis aos torcedores e para quem esteve em campo.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


O ex-meia Zinho participou de todos os 14 jogos da histórica campanha palmeirense. Ele lembra que o trabalho visando a Libertadores começou dois anos antes, em 1997, com a contratação do técnico Felipão e a montagem de um elenco forte, quando o dinheiro da Parmalat ainda dava as cartas no clube. Primeiro, chegaram Oséas, Alex e o próprio Zinho. No ano seguinte, Paulo Nunes, Arce e Júnior Baiano.


“Em 1997, o Felipão estava treinando no Japão e foi contratado pelo Palmeiras. Depois de alguns meses, recebi a ligação dele. Acreditei no projeto e voltei, também do Japão. Fomos vice brasileiros em 1997 e no ano seguinte ganhamos a Copa do Brasil, garantindo vaga na Libertadores. O Felipão estruturou aquele elenco”.


Elenco forte


Hoje comentarista dos canais ESPN e Fox Sports, Zinho reconhece que ter “um elenco forte foi muito importante para a conquista”. Até porque o caminho palmeirense não foi fácil. Na primeira fase da Libertadores, os adversários no Grupo 3 eram Corinthians, Cerro Porteño e Olimpia. O começo foi animador, com vitórias sobre o rival por 1 a 0 e goleada de 5 a 2 para cima do Cerro, no Paraguai.


Contudo, os palmeirenses passaram três jogos sem vencer, com direito a uma derrota para o Timão no caminho, por 2 a 1. A classificação ao mata-mata só veio na última rodada, com uma virada sobre o Cerro, no Parque Antártica, por 2 a 1. O “prêmio” pela vaga? Encarar o campeão da Libertadores de 1998, o Vasco. Em São Paulo, 1 a 1. No Rio, um atropelo palmeirense por 4 a 2.


Nas quartas de final, dois duelos de tirar o fôlego com o Corinthians, ambos no Morumbi. Na primeira partida, em 5 de maio de 1999, o placar acabou 2 a 0 ao Verdão, com gols de Oséas e Rogério, e uma exibição de gala do goleiro Marcos, que pegou até pensamento. Nesta noite, começou a surgir a imagem de São Marcos, até hoje cultuada por milhões de palmeirenses.


Sete dias depois, o rival deu o troco, devolveu o placar e a vaga na semifinal foi decidida nos pênaltis. Marcos brilhou mais uma vez e defendeu as cobranças de Vampeta e Dinei. A Zinho, restou acertar a cobrança final. Um momento que ele define como de “maior nervosismo na carreira”.


Outra pedreira surgiu na semifinal: o River Plate. Em Buenos Aires, o Palmeiras não viu a cor da bola e a derrota por 1 a 0 saiu barato. Mas o melhor ficou reservado para a volta, em São Paulo: 3 a 0. Alex marcou dois gols e só faltou fazer chover. “Foi um atropelamento”, resume Zinho.


Grande final


Na decisão, o oponente foi o Deportivo Cali, da Colômbia. O ex-meia lembra que o clima era de confiança, mas em 2 de junho, em Cali, vitória dos donos da casa por 1 a 0. Já na noite de 16 de junho, o Verdão fez do Parque Antártica o lugar onde todo palmeirense gostaria de estar. No tempo normal, Evair abriu o placar e Zapata empatou a final. Coube a Oséas desempatar e levar o duelo aos pênaltis.
Com Arce substituído e Evair expulso, Zinho pediu para bater a primeira penalidade. O chute foi na trave. “Passou pela minha cabeça ficar marcado por ter perdido o pênalti. Só me restou ficar com o joelho no chão, abraçado aos meus companheiros e orando muito para o Marcão defender ou os caras errarem um chute”.


Autor do gol no tempo normal, Zapata perdeu a penalidade que fez os palmeirenses libertarem o grito de campeão preso na garganta há quase 40 anos. Uma alegria que era única até ontem e agora ganhou uma companhia mais do que especial, graças a Abel Ferreira e seus comandados.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter