Ouro olímpico: meta de Ana Marcela Cunha em Tóquio

Após decepção na maratona aquática dos Jogos do Rio, em 2016, brasileira é uma das favoritas para a prova dos 10 km nos Jogos deste ano

Por: Da Redação  -  13/01/20  -  11:23
Atualizado em 13/01/20 - 11:38
Neste Mundial da Coreia do Sul, Ana Marcela conquistou a vaga para as Olimpíadas de Tóquio
Neste Mundial da Coreia do Sul, Ana Marcela conquistou a vaga para as Olimpíadas de Tóquio   Foto: Divulgação/Assessoria Unisanta

Maior medalhista da história na maratona aquática em mundiais, Ana Marcela Cunha é uma das favoritas a conquistar a medalha de ouro na prova dos 10 km dos Jogos Olímpicos de Tóquio, neste ano. O feito, além de inédito, seria a coroação de uma carreira marcada por vitórias e por uma decepção: terminar a competição em 11º lugar nos Jogos do Rio, em 2016.
Com dez medalhas na prova em edições do Campeonato Mundial, em distâncias de 5 km, 10 km e 25 km, a maratonista baiana da equipe da Universidade Santa Cecília sabe que é a nadadora a ser superada no Japão.


“No Campeonato Mundial, na prova de 10 km, eu e o Fernando (Possenti, técnico) vimos que as meninas nadaram dependendo do que eu fazia. Hoje, tenho plena consciência de que sou uma atleta a ser batida, mas quando chegar na Olimpíada, todo mundo estará querendo o ouro”.


Na mira das rivais, Ana Marcela planeja um início de temporada diferente em 2020. “Quero agora me preservar um pouco, ter algumas competições menos marcadas, com menos gente, mas que eu consiga, independente das adversárias, um bom resultado, nadando bem”.


Ana Marcela tem consciência do peso de uma medalha olímpica, mas acredita que os resultados conquistados ao longo da carreira não podem ser minimizados pelo fato de ela ainda não ter subido ao pódio nos Jogos Olímpicos.


“A minha história já está sendo muito bem escrita. A Olimpíada é um detalhe, tudo o que eu já conquistei não dá pra apagar porque ainda não tenho uma medalha olímpica”, acredita.


O ouro em Tóquio é uma meta, mas ela não descarta outra medalha de qualquer cor. “Quero muito o ouro, assim como em 2016 eu também queria, mas, independente da cor que vier, ter uma medalha olímpica é uma coroação de tudo o que já passei como atleta e na vida pessoal”.


Em 2016, uma lição


A decepção de entrar na prova como uma das favoritas, mas terminar a maratona de 10 km em 11º lugar, nos Jogos do Rio, em 2016, virou um aprendizado para Ana Marcela.


“Acho que 2016 me ensinou muito, em condições extremas: a alimentação que perdi, o técnico estava no barco, havia muita marola, podia acontecer com qualquer um. A gente deu um pouco de azar, talvez. Em 2020, é um local mais tranquilo, uma baía, mas temos que estar prontos. Eu e o Fernando brincamos: o plano A existe e o plano B é o A. Se der tudo muito errado, é o plano A que vai ter que dar certo”.


Acostumada a lidar com a pressão, Ana Marcela considera mais importante estar bem fisicamente do que mentalmente para conquistar um bom resultado nos Jogos de Tóquio.


“Estou com a Carla (Di Pierro, psicóloga) faz sete anos, então esse lado psicológico e mental é fácil de ser trabalhado, é controlável. Eu sei que pra muitas atletas talvez não seja o físico, seja mais chegar na hora H e estar com o mental bem. Pra mim é o inverso, estando 100% fisicamente, meu mental já tá lá em cima”.


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