Cardiologista faz alerta após morte do filho de Cafu

Fatalidade envolvendo o jovem de 30 anos choca e aponta para cuidados com o coração

Por: Régis Querino & Da Redação &  -  06/09/19  -  13:49
Danilo Feliciano de Moraes (de branco) passou mal enquanto jogava futebol
Danilo Feliciano de Moraes (de branco) passou mal enquanto jogava futebol

A morte do filho mais velho do ex-lateral Cafu, Danilo Feliciano de Moraes, vítima de infarto na última quarta-feira (4), em Barueri, chocou não somente por envolver um dos jogadores mais carismáticos do Brasil, mas pela idade de Danilo: 30 anos.


Apesar das doenças cardiovasculares serem popularmente relacionadas a pessoas mais velhas, o chefe do serviço de cardiologia da Santa Casa, doutor Carlos Alberto Cyrillo Sellera, diz que a realidade é outra. 


“É incomum, mas não é raro (pessoas mais novas sofrer infarto). Hoje a doença cardiovascular é a que mais mata no mundo. A cada dois minutos morre um indivíduo por doença cardiovascular”, diz Sellera. 


Segundo o profissional, que também é titular da disciplina de cardiologia na Unimes, antigamente o infarto acometia pessoas acima de 50 anos, mas hoje as doenças coronarianas se manifestam a partir da terceira década de vida. 


Além do histórico familiar – (“pai que morreu cedo por problema cardíaco ou mãe obesa e diabética”, alerta Sellera) – , fatores de risco contribuem para a predisposição da doença, como tabagismo, sedentarismo, diabetes, hipertensão e obesidade. “Pelo que li, ele (filho do Cafu) já tinha tido um infarto. Não sei se era acompanhado por algum profissional, se tomava remédio. Quem já teve infarto tem que seguir orientação, tomar medicamento, passar por avaliação”. 


Prevenção é palavra de ordem


Para evitar sustos e riscos, o médico cita cuidados básicos que devem ser seguidos à risca, independentemente da idade: avaliação médica periódica e exame de sangue para checar o colesterol e se a pessoa tem diabetes. 


A regra também é obrigatória para quem quer se dedicar à prática esportiva. “A avaliação pré-participação esportiva é fundamental”. Na avaliação, o médico analisa o histórico do paciente e realiza o eletrocardiograma comum de repouso e o teste ergométrico na esteira, que avalia o coração sobre esforço. 


Relembrando casos de mortes no futebol, como dos jogadores Serginho (do São Caetano, em 2004) e do húngaro Miklos Feher (do Benfica, em 2004), Sellera alerta que até atletas profissionais, que fazem exames periódicos, correm risco. 
Diante disso, o que dizer aos atletas de final de semana? “O professor (Kenneth) Cooper (criador do teste para medir o condicionamento aeróbico) dizia que atleta de fim de semana morre no fim de semana. Todo mundo deveria fazer exercício com orientação”, recomenda. 


Logo A Tribuna
Newsletter