Campeão europeu com o Chelsea, Emerson Palmieri avalia temporada e fala sobre o Santos

Apesar de não ter tido uma sequência no Peixe, o lateral-esquerdo recorda com carinho do clube que o formou

Por: Nathalia Perez & De A Tribuna On-line &  -  03/06/19  -  11:04
  Foto: Divulgação/Chelsea FC

Formado nas categorias de base do Santos, o lateral-esquerdo Emerson Palmieri foi campeão europeu, pela primeira vez, na última quarta-feira (29), com o Chelsea. O ex-Menino da Vila foi titular na decisão da Liga Europa, na qual os Blues amassaram seu arquirrival londrino Arsenal por 4 a 1, em Baku, capital do Azerbaijão.


Além de ter figurado no time inicial escolhido pelo técnico Maurizio Sarri, o santista foi um dos melhores em campo. Foi da canhota de Emerson que saiu o último passe da jogada que fez o Chelsea abrir o placar, finalizada pelo francês Olivier Giroud. Uma assistência feita com sua perna 'boa', e isso desde os tempos de Vila Belmiro.


Apesar da grande performance, elogiada por muitos torcedores nas redes sociais, ter rendido ao santista de 24 anos seu segundo título com o time inglês, ele não vê sua atuação na final da Liga Europa como a melhor que fez ao longo de sua trajetória no futebol.


"Com toda a humildade, na minha carreira, fiz jogos muito bons. Claro que se tratando de uma final, poder dar uma assistência e também ter um bom desempenho, isso conta bastante. Não posso falar que foi o melhor jogo da minha carreira, mas foi um dos melhores, sem dúvida", disse Emerson em entrevista àTribuna On-Line.


Titularidade


O saldo da temporada do Chelsea foi dos melhores. A equipe de Londres terminou o Campeonato Inglês em terceiro lugar, se garantindo, assim, antes mesmo de faturar a Liga Europa, na fase de grupos da próxima Liga dos Campeões. Os comandados de Sarri também chegaram à final da Copa da Liga Inglesa, onde acabaram perdendo para o Manchester City.


Nas duas competições em que os Blues foram mais longe, Emerson foi titular quase que absoluto. No campeonato nacional, só atuou em dez rodadas, com o espanhol Marcos Alonso tendo mais espaço. O brasileiro explica que essa foi uma opção do treinador para a temporada, e que enxerga como saudável essa 'briga' pela titularidade.


"Tanto eu quanto Alonso mostramos que podemos estar sempre jogando. É uma situação que o treinador que tem que escolher e ele optou por fazer isso nesta temporada. Acredito que isso só faz bem para o Chelsea. Estou muito feliz com minha temporada, acredito que foi boa. Sou novo ainda, então poder ter conquistado uma Europa League, jogando em uma competição que tive mais titularidade, foi, para mim, uma conquista muito importante", falou ele.


Emerson Palmieri atuando pela Itália
Emerson Palmieri atuando pela Itália   Foto: Dean Mouhtaropoulos/Getty Images Sport

Seleção italiana


Em 2018, Emerson tomou uma decisão que, segundo ele, foi bastante pensada e feita com o coração feliz. Ele escolheu jogar pela seleção italiana. Sua primeira convocação foi após a Copa do Mundo da Rússia, em setembro, para a Liga das Nações. A Itália não conseguiu se qualificar para a competição e estava em um período de reestruturação para competir a Eurocopa de 2020.


De lá para cá, ele foi chamado pelo técnico Roberto Mancini outras vezes, mas, este ano, sua primeira convocação só aconteceu em maio. Ele apareceu na lista de jogadores que vão estar presentes nos duelos contra a Grécia e a Bósnia e Herzegovina e diz estar pronto para voltar a entrar em campo com o uniforme da Azzurra.


"A expectativa é a de jogar, ainda mais depois de uma temporada que eu avalio como muito boa com o Chelsea depois do título. Agora é ir para a seleção, fazer um bom trabalho lá, me dedicar e respeitar a decisão do treinador. O importante é eu estar pronto, preparado, para mostrar meu melhor se tiver que jogar", afirmou o atleta, que não se arrependeu de ter optado pela seleção italiana.


"Foi o país que me abriu as portas quando eu saí do Santos, que me mostrou para o mundo. No Santos, acabei não tendo muita sequência de jogos, foi na Itália que eu cresci profissionalmente. Então, isso é uma forma também de agradecimento", emendou. Na Bota, Emerson jogou primeiro pelo Palermo e depois passou quase três anos na Roma.


'É uma emoção falar do Santos'


Emerson deixou o Brasil ainda muito jovem, aos 19 anos. Como o próprio jogador recorda, ele não chegou a se consolidar no Santos. O carinho e a gratidão pelo clube que o revelou, porém, seguem com ele. "Falar sobre o Santos é sempre muito gratificante. Foi o clube que eu comecei quando tinha 10 anos de idade, no futsal. É minha cidade, o time de coração da minha família, da maioria dos meus amigos", declarou.


"Só tenho que agradecer a Deus a oportunidade de ter jogado lá. Tenho uma relação boa com o clube. Claro que eu saí quando era muito jovem, não consegui ter tanta proximidade com os torcedores, mas, no meu coração, o Santos sempre vai ser um clube que vou agradecer. É uma emoção falar do Santos", complementou o lateral.


Mas retornar ao futebol brasileiro não é algo que passa pela cabeça de Emerson, pelo menos por enquanto: "Hoje eu não penso em voltar. Tenho uma carreira na Europa e penso em ficar aqui bastante tempo. Claro que um dia eu gostaria de voltar para o futebol brasileiro, mas não é uma coisa que hoje eu tenha em mente. Talvez no futuro".


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