Aos 35 anos, Érika Andrade vive o melhor momento de sua carreira no jiu-jitsu. A atleta de São Vicente tem brilhado nas competições este ano, e, nesta semana, recebeu uma grande notícia: assumiu o primeiro lugar do ranking brasileiro da modalidade, na categoria Master, peso-pesado.
A glória veio mesmo com a falta de patrocínio. No final do mês passado, a lutadora ganhou dois ouros no Campeonato Internacional Master 2019 South America de Jiu-Jitsu, e isso custeando a ida e volta e inscrição no torneio do próprio bolso.
Sua ascensão no jiu-jitsu foi meteórica. A faixa roxa começou o ano no 32º lugar do ranking nacional e, graças às grandes lutas que realizou na temporada, ela conseguiu dar um salto nas posições. Agora, ocupando o topo, a lutadora soma 421,5 pontos. A segunda colocada na categoria é Géssica Rodrigues Nien, com 259,5 pontos.
"Esse é um momento especial, o melhor da minha carreira. Tudo isso é fruto de muito treino e dedicação. Consegui chegar aqui também graças ao apoio da família e amigos, que sempre estão ao meu lado dando força, além das rifas que vendo para poder custear as despesas das competições", afirmou Érika, que compete pelas equipes Tio Chico Academia e Qatarbjj.
Neste ano já foram sete medalhas conquistadas. Deste total, quarto são de ouro. Destaque para os títulos no Campeonato Internacional Master 2019 South America, nas categorias Absoluto e Master 1, no Floripa Open e Brasileiro. Todas as competições que triunfou são chanceladas pela confederação brasileira da modalidade.
A modificação do programa de treinamento é apontada por Érika como um dos fatores decisivos para chegar até o topo do ranking nacional. Desde o início da temporada, a atleta já emagreceu 20 quilos graças ao aumento no ritmo das atividades. Em determinados momentos, principalmente perto de grandes disputas, a lutadora chega a realizar até cinco sessões diárias, divididas entre parte física e técnica.
Novos desafios se aproximam para ela. Confirmados no calendário de competições da modalidade, Érika terá pela frente dois grandes eventos, o SP Open e o Sul-americano. Agora, após assumir o posto de número um, passou da posição de caçadora a caça. Mas nada que assuste a vicentina.
"Eu sou movida por desafios. Almejo sempre mais, como poder competir no Campeonato Europeu, em Lisboa, no ano que vem. Esse ano tive que adiar o sonho de disputar o Mundial, já que não consegui o visto americano. Acredito que tudo tem seu tempo e na melhor hora acontecerá", comentou a lutadora, que espera poder conseguir um patrocínio em breve.
"Esse é outro grande desafio que tenho enfrentado com muita determinação. Sigo com minhas rifas e contando com a colaboração de todos. Quem sabe, com essa conquista do primeiro lugar no ranking nacional, eu consiga algum patrocínio", finalizou.