Santista celebra convocação para a seleção feminina: ‘Sonho com a Copa até acordada'

Zagueira Kathellen foi uma das 34 atletas chamadas pelo técnico Vadão na primeira lista convocatória do ano

Por: Nathalia Perez de A Tribuna On-Line  -  12/01/19  -  12:52
  Foto: Gregorio Fernandes / CBF

A zagueira Kathellen Sousa, nascida em Santos e criada em São Vicente e Cubatão, é uma das 34 jogadoras escolhidas pelo técnico Vadão para compor a primeira lista convocatória do ano para a seleção brasileira feminina. Em entrevista a A Tribuna On-Line, a atleta que defende o Girondins de Bordeaux-FRA desde o início de 2018 comentou a convocação e a expectativa em ter a chance de poder disputar a Copa do Mundo.


“Estou muito feliz de ter sido chamada. É uma ótima maneira de começar o ano na minha carreira e também é uma esperança de estar na Copa do Mundo”, falou a zagueira, que nem sempre jogou nessa posição. Até o fim de 2017, Kathellen era meio-campista, e, inclusive, é atacante de origem.


De junho do ano passado para cá, a atleta foi convocada em cinco ocasiões para representar o Brasil. Na segunda delas, ela disputou o Torneio das Nações, realizado nos Estados Unidos e que contou com a participação de Japão e Austrália, além do time da casa. Desta vez, a convocação é para um período de testes físicos e treinamentos que visam a Copa do Mundo de 2019.


“Acho que eu sonho com isso (jogar a Copa) todos os dias, acordada e dormindo. Eu não sei nem o que pensar e sentir quando vem Copa do Mundo à minha cabeça, porque defender sua nação no torneio é o sonho de todos os jogadores de futebol”, falou a santista de 22 anos. A competição será disputada entre os dias 7 de junho e 7 de julho e o Brasil está no Grupo C, junto com Austrália, Itália e Jamaica.


Kethellen defende as cores do Bordeaux, da França
Kethellen defende as cores do Bordeaux, da França   Foto: Reprodução / Instagram

Preparação para a Copa


Nunca em sua história o Brasil venceu uma Copa do Mundo feminina. Embora o país conte com a melhor jogadora do mundo por seis vezes, Marta, e outras atletas de qualidade, o máximo que as brasileiras conseguiram foi o vice-campeonato na edição de 2007, depois de perderem por 2 a 0 para a Alemanha.


“O Brasil tem muito a desenvolver até a Copa deste ano. É complicado, porque o calendário das jogadoras brasileiras é muito variado. Mas nós temos um grande potencial e jogadoras muito boas. Por isso, essas convocatórias de treinamento e jogos até a Copa serão fundamentais para o preparatório da seleção”, opinou Kathellen, que nunca jogou por um clube brasileiro. “Talvez futuramente eu pense em jogar no Brasil, mas por agora me sinto bem jogando na Europa e penso em jogar na liga americana também”.


Carreira internacional


A santista deixou o país bem jovem, logo após ter concluído o ensino médio em um colégio de São Vicente. Como o interesse e a paixão pelo futebol vêm de berço, já que sua mãe era goleira e jogava bola na rua com ela, a zagueiro foi perseguir o sonho de jogar e se profissionalizar nos Estados Unidos depois de ter conseguido uma bolsa esportiva.


Quando ainda morava no Brasil, o futsal acabou sendo mais presente em sua vida do que o futebol. “Naquele tempo, era muito difícil o futebol de campo para mulheres na Baixada. Cheguei a jogar na escolinha do Santos quando era menor, mas o time feminino deles acabou sendo extinto na época, então não tínhamos aquela base de equipe grande na região e o futsal era o melhor caminho a seguir. Ganhei uma bolsa escolar para disputar a Copa TV Tribuna da modalidade por uma escola de São Vicente e nós ganhávamos sempre”, contou.


Nos Estados Unidos, ela foi introduzida ao futebol feminino universitário, que tem uma grande tradição no país. Passou por três universidades, onde estudou administração e praticava futebol: Monroe College, em Nova Iorque, Universidade de Louisville, no Kentucky, e Universidade da Flórida Central.


“A estrutura das universidades de lá é melhor que a de muitos clubes profissionais no Brasil. Centro de treinamento, suporte nutricional e psicológico... É diferenciado”, constatou. Foi em seu último ano estudando na Flórida que ela foi descoberta pelo Bordeaux e assinou seu primeiro contrato com um clube.


Legenda: A zagueira foi campeão em seu primeiro ano na Monroe College
Legenda: A zagueira foi campeão em seu primeiro ano na Monroe College   Foto: Arquivo pessoal

Conselho para as mais jovens


Muitas garotas, assim como Kathellen quando era mais jovem, sonham em ser jogadoras profissionais. “Para jogar futebol profissionalmente, você tem que ter foco e disciplina e querer todo dia melhorar. Então, se esse é seu objetivo, não deixe ninguém dizer o que você pode ou não fazer. Vá com tudo e faça. Acredite em você mesma e não desista”, aconselhou.


Logo A Tribuna
Newsletter