Morador de Praia Grande brilha como atleta paralímpico após perder uma perna

Mário Ferreira de Queiroz já praticou futebol adaptado, vôlei paralímpico e, agora, coleciona medalhas nacionais e internacionais de canoage

Por: Thiago D'Almeida  -  03/03/21  -  14:25

O bancário Mário Ferreira de Queiroz, de 45 anos, perdeu parte da sua perna direita em um acidente que ocorreu em 1997, mas, hoje, brilha como atleta paralímpico de canoagem e coleciona medalhas nacionais e internacionais. A equipe de A Tribuna foi até a praia do bairro Canto do Forte, em Praia Grande, cidade onde Queiroz reside, e conversou com o paratleta sobre a sua trajetória dentro do esporte e também a maneira para ‘lidar’ com o preconceito. Confira a videorreportagem acima.


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Queiroz revelou que passou por um acidente de carro em maio de 1997 e sofreu um trauma abaixo do joelho direito. “[Os médicos] tentaram fazer um enxerto, chegaram até a colocar uma ‘gaiola’, mas gangrenou. Não teve jeito, tiveram que amputar a minha perna”, explica. “A amputação foi difícil, mas, no momento que me dei conta que tinha perdido a minha perna, olhei para cima e conversei com Deus. Pedi ajuda, disse que a minha força seria a dele e que, se me ajudasse, venceríamos isso juntos. Aqui estou”.


Mário passou por um acidente de carro em maio de 1997 e sofreu um trauma abaixo do joelho direito
Mário passou por um acidente de carro em maio de 1997 e sofreu um trauma abaixo do joelho direito   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Fortalecido mental e fisicamente após o acidente, Queiroz procurou o esporte para perder peso e melhorar a qualidade de vida, mas se apaixonou e conquistou medalhas por diversas modalidades.


Perguntado sobre a prática esportiva antes do ocorrido, respondeu que gostava apenas de jogar “peladas” com os amigos, mas, mesmo com a nova ‘condição’, se superou no esporte em busca de novos desafios. “Fui campeão paulista pelo futebol de amputados, cheguei ao segundo lugar no Brasileiro de vôlei, conquistei medalhas nos jogos regionais (natação e atletismo) e, agora, ‘explodi’ na canoagem, fui campeão paulista, brasileiro e sul-americano, cheguei a tentar o [torneio] Mundial [na França], ainda não consegui, mas vou tentar novamente no futuro”.


O paratleta também explicou sobre como lida com eventuais episódios lamentáveis de preconceito. “Acho que isso é uma coisa que não fica apenas na minha deficiência física, que nem vejo como deficiência, na verdade, mas sim no ser humano. A deficiência é da pessoa [que agride], não de quem sofre o preconceito”, diz. “Vemos constantemente casos por deficiência, cor, maneira como falamos e agimos. Quando coisas desse tipo acontecem, peço a Deus uma proteção para a pessoa. Ela precisa, não eu”.


Queiroz costuma deixar sua canoa na Guarderia, um local próximo da praia do Canto do Forte. Lá, a equipe de A Tribuna entrevistou Eduardo Henrique Dias, que é sócio-proprietário e instrutor de atividades a remo. Dias falou com carinho do colega: “Ele é um exemplo em tudo, na vida [pessoal] e como atleta, ele é um cara sensacional”.


Paratleta falou sobre eventuais preconceitos que sofre
Paratleta falou sobre eventuais preconceitos que sofre   Foto: Thiago D'Almeida/AT

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