O skate vai fazer o Brasil voltar dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, com mais medalhas na bagagem. Quem garante é alguém que se acostumou a ser campeão voando pelas pistas do mundo: Sandro Dias, o Mineirinho, que na sexta-feira (20) participou da reinauguração do traçado street, no Morro da Nova Cintra, em Santos.
Hexacampeão mundial, tricampeão europeu e medalha de ouro nos X Games, o paulista de Santo André, que mora na Califórnia (EUA), continua, aos 44 anos, entusiasmado com o esporte que o tornou famoso. “O skate transformou a minha vida, me formou como pessoa, empresário, educador e pai de família”.
Andando de skate há 34 anos, ele é de uma geração que nem vislumbrava a chegada a uma Olimpíada. “A gente não tinha pretensão que fosse nem esporte, era uma moda e todo “apoio” que a gente tinha era o preconceito. Conseguimos passar por cima de tudo isso e estamos prestes a participar de uma Olimpíada”.
Celebrando a conquista, ele lembrou que, em 2003, fez parte do primeiro comitê do skate para a Olimpíada, nos Estados Unidos. E cravou, sem citar nomes, até pela quantidade de bons skatistas que o Brasil tem hoje, que vê o País entre os favoritos em Tóquio.
“Na modalidade park, masculino, temos uns oito em condições de trazer medalhas. No feminino, umas cinco. Na street também. A gente está feliz com essa fase que o surfe e o skate passam no Brasil”, observou Mineirinho, citando o “irmão mais velho” do skate, o surfe, que levou Picuruta Salazar ao Morro da Nova Cintra para dar um abraço no velho amigo.
Aulas para a garotada
Com a reforma da pista da Lagoa da Saudade, meninos e meninas de 6 a 17 anos poderão fazer aulas de skate, em uma parceria entre a Prefeitura e a Associação Sócio-Educativa de Esporte e Lazer (Assel), que tem sede no morro.
“A Prefeitura cede e mantém a pista e a gente entra com equipamentos e instrutores. Sou nascido e criado no morro, devo muito à minha comunidade”, disse Marcos Paulo Mendes, o Camarão, presidente da associação.
Se, já veterano, Mineirinho não terá mais uma chance olímpica, quem sabe os herdeiros Gabriel, de 6 anos, e Maya, 3, possam representar a família no futuro. “Recentemente, o Gabriel participou pela primeira vez dos acampamentos que eu faço e era o único com patinete. Pós-acampamento, ele começou a andar de skate. A Maya é mais atirada do que o Gabriel, mas não sei o que vai dar ainda (risos)”, comenta.