Marina Mendes divide o tempo entre o atletismo e o bobsled

Moradora de Santos, ela é corredora e também praticante da modalidade disputada nas pistas de gelo

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  20/07/19  -  17:20
Marina Mendes, de 16 anos, participa de provas como os 100 metros com barreira
Marina Mendes, de 16 anos, participa de provas como os 100 metros com barreira   Foto: Arquivo Pessoal

Você já assistiu ao filme Jamaica Abaixo de Zero? Se não, ele conta a trajetória de quatro jamaicanos que participaram da Olimpíada de Inverno de 1988. Uma história de superação de atletas que nunca tinham visto a neve. Eis a pergunta: E daí? Pois bem, Santos agora tem uma competidora de bobsleigh (ou bobsled), Marina Mendes, de 16 anos, que também pratica atletismo. Ela vai tentar vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, em novembro. 


O bobsled é um esporte em que uma, duas ou quatro pessoas (como os jamaicanos) desce por uma pista de gelo dentro de um trenó. Marina participa sozinha da prova – modalidade conhecida como monobob. “Assisti ao filme e achei muito bacana. Mostra uma situação parecida com a nossa. Não a dificuldade de chegar lá (na competição), mas o trabalho desenvolvido pela equipe”. 


As primeiras experiências da atleta com o trenó ocorreram na Suíça e Alemanha, entre fevereiro e março. Além do contato inicial, ela chegou a competir. Em abril foi para os Estados Unidos continuar os treinamentos. 


No gelo, ela disputou com o trenó individual
No gelo, ela disputou com o trenó individual   Foto: Arquivo Pessoal

A chance na modalidade incomum veio durante testes do atletismo. Marina disputa pela equipe Memorial 100, 200 e 400 metros rasos, 100 e 400 com barreiras, salto triplo, salto em distância e heptatlo. “Um amigo do meu treinador já tinha participado do bobsled e viu que estavam fazendo testes. Como estávamos em semana de testes (do atletismo, que são os mesmos) mandamos para a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo e fui selecionada”. 


Apesar da experiência e do novo desafio, a corredora garante: não pretende trocar de modalidade. O foco segue no atletismo. 


Dificuldades


Durante a descida do trenó, que pode atingir 140 km/h, o competidor toca diversas vezes na parede de gelo. O impacto machuca e pode virar o veículo, como aconteceu com Marina. “Até que não dá muito medo. Controlar o trenó é o mais difícil. Você pode descer certo (a pista) que ainda assim vai bater. Das três pistas em que treinei, me saí melhor na da Suíça, onde não tombei. Na da Alemanha, não gostei muito e tombei feio. Nos EUA também virei duas vezes. Em uma delas fui quase toda a pista virada (de cabeça pra baixo)”. 


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