Larissa Pimenta sonha com vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio

A judoca de São Vicente conta sua história no esporte

Por: Régis Querino & Da Redação &  -  04/06/19  -  13:25

Larissa Pimenta tinha só 8 anos, em 2007, quando começou a aprender os primeiros golpes de judô na Escola Estadual Antonio Luiz Barreiros, no Japuí, em São Vicente. Doze anos, muitas medalhas e títulos depois, a vicentina é uma das apostas da modalidade para integrar a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.


Criança, ela foi incentivada a fazer aulas na escola por influência dos irmãos mais velhos, Geovany e Jenifer, que praticavam o esporte. A desenvoltura nos tatames, sob o comando do técnico Tharin Alves, logo fez com que Larissa começasse a se destacar em campeonatos regionais.


Em 2012, ela já se destacava em nível nacional, ganhando os Jogos Brasileiros Escolares em João Pessoa-PB. No ano seguinte, foi aprovada em uma seletiva para a seleção juvenil.


O talento de Larissa chamou a atenção do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, que a convidou para fazer parte de sua equipe. Acostumada a mandar as adversárias à lona, Larissa teve que dobrar a resistência da mãe para se mudar à capital paulista. Afinal, ela nem completara 14 anos.


"Quando falei que ia pra São Paulo, minha mãe disse: ‘Larissa, não é bem assim’, ela meio que não deixou. Mas aminha técnica, a Andrea Berti, também morava no Litoral e eu subia e descia todo dia com ela", lembra Larissa.


Larissa durante competição na Turquia
Larissa durante competição na Turquia   Foto: Divulgação/Larissa Pimenta

Pesado


Enfrentar os treinos, a escola e o sobe e desce da Serra do Mar diariamente, porém, minou a sua disposição. "Não tava rendendo em nada, precisava descansar. Minha mãe deixou eu ficar em São Paulo uma semana, depois duas semanas. Aos poucos, eu acabei me mudando (risos)".


No início, a adaptação foi difícil. Além de enfrentar o ritmo forte dos treinos e da nova escola, a saudade da família batia forte. Ainda mais quando ela perdeu a avó, Maria do Carmo, maior incentivadora de sua carreira, em 2015.


"Eu era muito apegada à minha avó, ficava triste. Em semana de treinos e provas, eu ficava chorando sozinha. Mas isso me fortaleceu, me tornei uma pessoa independente muito cedo”.


Refeita do golpe


De personalidade forte, a baixinha de 1,57m superou a perda e focou ainda mais no objetivo que tinha desde menina: ganhar o mundo praticando judô.


O destino estava traçado, não havia como parar tamanha determinação. Ainda em 2015, aos 16 anos, ela foi campeã do Troféu Brasil sênior. Em 2016, Larissa tornou-se líder da seleção brasileira de base.


As viagens ao exterior, que começaram com um Pan-Americano na Argentina, em 2015, passaram a ser uma constante na vida da vicentina. Bolívia, Peru, México, Portugal, Alemanha, França, Japão, Áustria, Turquia, Azerbaijão, Geórgia... São tantos países que ela perdeu a conta.


Aos 20 anos, em transição à seleção adulta, pois está em seu último ano na categoria júnior, Larissa vive um 2019 especial, cheio de conquistas. Os resultados a colocaram firme na briga pela vaga da categoria meio-leve (até 52kg) aos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem.


"É uma categoria que tá aberta e tô indo bem. Acredito que tenho totais possibilidades (de ir aos Jogos de Tóquio)", diz Larissa, que vê a campeã olímpica em Londres-2012, Sarah Menezes, e Eleudis Valentim como suas principais concorrentes à vaga olímpica.


Atleta acumula conquistas no exterior


No primeiro ano de seleção adulta, Larissa Pimenta é um dos destaques do Brasil. Em 2019, ela foi campeã em duas etapas da Copa do Mundo, no Peru e no Chile, e terceira colocada na etapa da Áustria.


Voltou dos Grand Prix da Turquia e da Geórgia coma medalha de bronze. E tem mais.Alémdecampeãpanamericana no Peru, a judoca faturou o bronze no Grand Slam de Baku, no Azerbaijão, resultado que ela aponta como "o mais importante da carreira".


Até agora, obviamente, porque Larissa tem na agenda o Pan-Americano, entre julho e agosto no Peru, e três Mundiais: o sênior no Japão, em agosto; o júnior em Marrocos, em outubro, e o militar, em outubro, na China. Sim, a Pimentinha é atleta das Forças Armadas e formou-se terceiro sargento da Marinha.


Esporte de luta está no sangue da família


Na sala da casa da família Pimenta, em São Vicente, deve haver tatame no lugar de tapete. Além dos irmãos mais velhos, Geovany e Jenifer, que iniciaram a saga da família nas artes marciais, mas não seguiram no esporte, as irmãs mais novas de Larissa são lutadoras.


Letícia, de 18 anos, já integra a seleção brasileira de luta olímpica. E a caçula, Giovanna, de 12 anos, pratica judô e luta olímpica, modalidade que também fez parte da rotina de Larissa.


Mais velha das lutadoras, Larissa, 20, garante que ela e Letícia não competem para levar a irmã maisnova a seus esportes favoritos. Mas tem um palpite.


"A Giovanna tá indecisa, mas acho que ela vai pro judô (risos). Ninguém fica pressionando pelo judô ou pela luta olímpica, ela vai decidir".


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