Jogadora de CS:GO do Santos repudia associações do jogo ao massacre de Suzano

Camila ‘naper’ Naper, do Santos e-Sports, nega que o game estimule a violência na vida real

Por: Nathalia Perez & De A Tribuna On-line &  -  15/03/19  -  11:30
  Foto: Divulgação

Desde a identificação dos atiradores que mataram oito pessoas e deixaram mais 11 feridas durante o massacre em uma escola de Suzano, na última quarta-feira (13), muito se fala sobre a relação dos criminosos com o CS (Counter Strike), jogo do gênero FPS, sigla utilizada para games de tiro em primeira pessoa.


Segundo apurou o G1, os dois rapazes frequentavam lan house juntos para participar de jogos online de combate com armas, como, além do CS, o Call of Duty e o Mortal Kombat. Logo, a conduta dos assassinos tem sido associada aos jogos e a repercussão tem sido negativa, com diversas acusações de que os games incentivam a violência na vida real.


Um dos que teceram comentários relacionando o crime aos jogos online foi o vice-presidente da República Hamilton Mourão. "Essas coisas não aconteciam no Brasil. Na minha opinião, vemos essa garotada viciada em videogames. Videogames violentos. Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí", disse o político ao chegar para trabalhar no Palácio do Planalto nesta quarta (14).


Para a jogadora de CS:GO (Counter Strike: Global Offensive), Camila ‘naper’ Naper, que compõe a line-up feminina do Santos desde janeiro, responsabilizar o jogo pelo atentado não é justo. “Penso que tentam jogar a culpa onde não existe culpa. Se fosse assim, falariam dos seriados e filmes violentos da mesma forma que falam dos games”, disse a atleta em conversa com a Tribuna On-Line.


“Acho que culpam mais os jogos que outros tipos de entretenimento talvez por ignorância, por não conhecer o cenário. Mas nem as séries e os filmes justificam também. É muito além disso. É saúde mental. Tem 'N' fatores relacionados à tragédia”, falou ainda. “Jogo há 11 anos, e nem por isso sou uma pessoa violenta. Muito pelo contrário. O CS é a minha válvula de escape e me ajudou em muitos aspectos da minha vida”, emendou.


Por fim, a profissional de e-Sports comentou os efeitos do Counter Strike em sua vida. “Não sei para os outros jogadores, mas me ajudou em muita coisa. Sou uma pessoa mais espontânea, tenho raciocínio rápido, sou mais comunicativa e aprendi a ter foco, dedicação e a lidar com muita coisa”.


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