Especialista em direito desportivo, Rafael Cobra defende reclassificação etária na base

Por conta dos danos da pandemia, o advogado de Santos propõe que competições amadoras adotem as denominações sub-12, 14, 16, 18 e 21 a partir do ano que vem

Por: Por ATribuna.com.br  -  10/06/20  -  17:37
Cobra é presidente da Comissão de Direito Desportivo da Subseção de Santos da OAB
Cobra é presidente da Comissão de Direito Desportivo da Subseção de Santos da OAB   Foto: Divulgação/Tática Assessoria

A pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, acabou impactando o futebol no Brasil. Para atenuar alguns danos, o especialista em direito desportivo Rafael Cobra, de Santos, sugere que haja uma reclassificação etária nas categorias de base a partir do ano que vem, já que a formação de atletas é uma das áreas mais afetadas do esporte no momento.


O advogado propõe que as entidades de administração do futebol no Brasil revejam, de forma definitiva, a classificação na definição das categorias dos atletas, passando a adotar como parâmetro os anos pares (exceção ao sub-21) como limite de participação dos atletas. Sendo assim, a temporada de 2021 passaria a ser definida da seguinte forma: sub-12 (jogadores nascidos em 2009 e 2010), sub-14 (07-08), sub-16 (05-06), sub-18 (03-04) e sub-21 (02-01-00).


“Supondo que as atividades esportivas retomem seu curso apenas no segundo semestre, é inexorável os prejuízos ao processo de formação desportiva dos atletas. Há que se considerar a temporada 2020 como 'perdida' para o conceito ideal de formação desportiva para atletas", comentou Cobra.


"Com a reclassificação das categorias, devolver-se-ia aos atletas as oportunidades e experiências práticas que cada ano tem em seus processos de formação desportiva, indispensáveis ao seu melhor desenvolvimento e, assim, buscar limitar ao máximo os impactos que a atual situação mundial nos impõe", argumentou.


Cobra, que é presidente da Comissão de Direito Desportivo da Subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ressaltou, ainda, que, sem a nova reclassificação, os maiores prejudicados seriam os atletas nascidos no ano 2000, que têm em 2020 a última oportunidade de atuar em competições de categorias de base.


"Conheço inúmeros casos concretos e entristeço-me em notar que muitos atletas terão seu caminho na busca do sonho de se tornar atleta profissional de alto rendimento dificultado ainda mais, para não dizer inviabilizado, por conta da reformulação do calendário e do cancelamento de competições de base. A descoberta de muitos talentos para o futebol brasileiro e mundial pode não acontecer por conta dos efeitos da pandemia", disse o especialista.


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