Após sofrer acidente, santista tem 1ª oportunidade na seleção de taekwondo

Nathalia Dinis vivia o auge de sua carreira enquanto atleta de taekwondo quando sofreu um acidente que quase a fez perder a perna direita. A santista de 23 anos havia acabado de ser convocada para a seleção brasileira da modalidade, para a disputa do Campeonato Pan-Americano, no México. O destino, contudo, a afastou dos tatames por um tempo. Agora, depois de três anos do episódio, ela ganha uma nova oportunidade de representar o Brasil pela primeira vez.

A atleta está em Manchester, na Inglaterra, para o Campeonato Mundial de Taekwondo. Sua primeira luta será neste sábado (18), com transmissão do SporTV. "Minhas expectativas são boas. Eu acredito em mim, acredito que vou fazer uma excelente competição porque estou preparada para isso. Minha preparação foi boa e forte. Estou me preparando desde antes do Grand Slam, em fevereiro", comentou Nathalia à Tribuna On-Line.

Nas últimas semanas, ela, que mora em Houston, nos Estados Unidos, teve no Brasil para um período de treinamentos. "Esse tempo contribuiu demais pra minha preparação final. Ainda não sei com quem vou lutar, a chave só sai depois da pesagem oficial, mas sei que são os melhores de cada país. Mas não me importam os adversários, eu vou fazer o meu melhor e lutarei com toda minha força e minha garra", garantiu.

Embora o Mundial não seja classificatório para nenhuma outra competição, ir longe neste campeonato é muito importante, afinal, ele vale 120 pontos no ranking mundial. A pontuação coloca o atleta em uma posição que o permite competir em outros certames internacionais de alta relevância. Portanto, mesmo não dando vaga em torneios maiores, o Mundial é bastante disputado.

Acidente e vida nova

Era uma noite de 2016 quando Nathalia passou pelo maior susto de sua vida. Ela morava em São Caetano, em um apartamento com colegas de sua equipe de taekwondo. Um dia, quando estava dentro do carro de um amigo, estacionado em frente à casa da atleta, ela colocou a perna para fora para sair do veículo e acabou sendo atingida por outro carro.

"Nisso, minha perna começou a sangrar e eu coloquei ela para dentro novamente. Depois, eu só me lembro de sentir muita dor e da ambulância chegar e me levar até o hospital. Eu achei que tivesse só machucado ou luxado algo. Mas aí, na radiografia, me disseram que eu teria que fazer cirurgia", recordou ela.

A taekwondista voltou a treinar em 2018, após dois anos do acidente. "Fiz um pouco na Praia Grande com um amigo, Ronni Silva, mas eram coisas básicas, para retomar a prática. Até que surgiu a oportunidade de uma amiga da minha esposa nos convidar apra ir para os Estados Unidos, e fomos! Quando cheguei, procurei uma academia de taekwondo e acabei ficando", contou.

Sua primeira competição pós-acidente foi ainda no ano passado, em um campeonato regional em Houston, onde fez duas lutas e se consolidou campeã.