A 42 km de Tóquio, Vanessa Cristina demonstra confiança em fazer bonito em Dubai

Tricampeã da São Silvestre, a paratleta cadeirante pode assegurar uma vaga nos Jogos Paralímpicos de 2020 agora em janeiro

Por: Nathalia Perez & De A Tribuna On-line &  -  05/01/20  -  10:00
  Foto: Nathalia Perez/AT

Embora esteja no Brasil, a paratleta cadeirante Vanessa Cristina está a 42 quilômetros de Tóquio. Uma maratona a separa da cidade japonesa que será a sede oficial dos Jogos Paralímpicos de 2020. Caso crave o índice de 1h39m46s na prova de Dubai, este mês, ou consiga completar o percurso em menor tempo, ninguém mais tira sua vaga olímpica.


"Vou conhecer Dubai, nunca tinha ido, só passado no aeroporto. Eu to bem confiante que vou fazer o índice lá para poder estar dentro de Tóquio. Eu creio que eu me saio bem melhor em maratonas, em provas longas", opina a velocista de Santos, que, no último dia 31, se consagrou tricampeã da Corrida de São Silvestre.


Representante da equipe Fast Wheels/Prefeitura de Santos/Unimes, Vanessa embarca no próximo dia 20 para os Emirados Árabes Unidos. Quatro dias depois, ela correrá entre os arranhas-céus e o deserto por uma vaga nos Jogos de Tóquio-2020. Porém, caso a santista não alcance a meta agora, ela tem até maio e mais quatro maratonas para conseguir buscar "um lugar ao sol".


Sol este que estará escaldante no Japão, já que entre agosto de setembro, é verão no país. As altas temperaturas, contudo, nunca foram um problema para Vanessa. Seu técnico, Eduardo Leonel, conta que ela se adapta bem ao calor. "O problema dela é o frio", conta ele, que sempre a acompanha nas corridas de longa distância que compete ao redor do mundo.


Para a Maratona de Nova York, em novembro, a paratleta viajou sozinha. Ainda que não saiba falar inglês, conseguiu se virar e se sair bem. Nos Estados Unidos, ficou em sexto lugar entre as 51 mulheres competidoras, um resultado excelente. Em Cingapura e em Oita, no Japão, o desempenho foi melhor ainda. Nas duas maratonas, terminou em quarto lugar. E isso enfrentando 126 quilômetros em menos de 30 dias, em locais um tanto distantes uns dos outros.


"De Oita para Cingapura, a gente teve que fazer uma adaptação. Tivemos que fazer um fuso intermediário. Botamos um fuso de seis horas a menos. Ela acordava mais cedo, dormia mais cedo para não se prejudicar em Cingapura. Deu certo", recorda o técnico de Vanessa ao relatar os desafios enfrentados pela atleta e sua equipe.


Até partir para Dubai, a santista realiza seus treinos físicos no Rebouças, em Santos, e cai na estrada para encarar grandes distâncias no asfalto - treinamento que se assemelha ao que enfrenta nas maratonas. Quando vai para rodovias, ela conta com a escolta voluntária da equipe de ciclismo Código Treze, que a apoia em sua empreitada no esporte, a qual começou a pouco menos de cinco anos.


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