Árbitro Fifa de futsal, santista sonha em apitar no exterior

Felipe Ventura começou no campo, mas cresceu na quadra e agora quer trabalhar nos principais campeonatos

Por: Régis Querino & Da Redação &  -  23/06/19  -  14:25
Felipe Ventura apitou a final da 17ª Copa TV Tribuna de Futsal Escolar
Felipe Ventura apitou a final da 17ª Copa TV Tribuna de Futsal Escolar   Foto: Reprodução / TV Tribuna

Raciocínio rápido e autocontrole em quadra, as principais virtudes para ser um bom árbitro de futsal. Esses são os fundamentos pregados pelo santista Felipe Ventura, de 39 anos, há mais de 20 anos arbitrando jogos pelo Brasil e integrante do quadro da Fifa.


A carreira de Ventura teve início em 1997, em Itanhaém, apitando jogos amadores de futebol de campo. Dali ele migrou para o futsal e fez o curso da Federação Paulista de Futsal pela Liga Regional, em 1998. No ano seguinte, já atuava em partidas oficiais.


Até 2008, o árbitro concentrava as suas atuações na Baixada Santista, quando pediu transferência para a Capital. Em 2010 passou a integrar o quadro da Confederação Brasileira de Futsal, trabalhando em jogos de várias competições, inclusive a Liga Nacional.


“No final de 2018 ingressei na Fifa, após realizar o teste físico e exames médicos. Minha meta é alcançar todas as competições a nível internacional: Sul-Americano, Libertadores, Mundial”, diz Ventura, que se divide entre a arbitragem e o trabalho como representante comercial.


Formado em Educação Física, com pós-graduação em gestão de negócios, ele nunca teve interesse em investir na carreira de árbitro no futebol de campo. “Não me identifiquei no futebol, sempre fui focado no futsal e mirava chegar à Fifa”.


A preferência pelas quadras vingou, apesar de Ventura entender que as dificuldades enfrentadas pelos árbitros de futsal são maiores do que no campo. “A gente sofre mais por causa do espaço físico em que atuamos.Temos que tomar cuidados com torcedores mais exaltados”, aponta.


Agressão


Apesar da ressalva, o árbitro disse que sofreu apenas uma agressão grave na carreira, em 2005, em um jogo do Campeonato Paulista Sub-20, em Praia Grande.


“Levei socos e chutes do treinador de Praia Grande, porque a equipe dele tinha sido desclassificada. Em um processo civil tive a causa ganha no valor de 50 salários mínimos, mas ele provou que não tinha condição de pagar”, conta.


Fora este episódio, Ventura já se acostumou às reclamações dos atletas e xingamentos,o que ele encara como um aspecto da “cultura sul-americana” do torcedor, que muitas vezes não tem conhecimento das regras ou não sabe interpretar os lances.


“No momento que adentro uma quadra, sou inserido como personagem, estou lidando com muita paixão. É preciso ter autocontrole emocional, separar os problemas pessoais e profissionais”, constata.


Rapidez


Rapidez nas decisões também é importante para o sucesso de um árbitro nas quadras. “Você tem que ter raciocínio rápido, diferente do futebol, pra poder interpretar a jogada. Se é um lance pra parar a jogada ou deixar seguir”, compara.


Neste aspecto, Ventura vê com bons olhos a adoção do árbitro de vídeo no futsal. “A tecnologia vem pra ficar, não temos como fugir disso, já temos no vôlei e no tênis. No futsal é uma coisa inerente, vai favorecer”,observa ele sobre o VAR, já em teste em torneios de futsal na Europa.


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