Turismo e Serviços devem ser prioridade em Bertioga, dizem moradores

Setores que sustentam economia da cidade foram os mais afetados pela crise da pandemia

Por: Isabel Franson  -  12/10/20  -  00:39
Representantes dos setores de turismo e serviços pedem plano municipal para retomada da economia
Representantes dos setores de turismo e serviços pedem plano municipal para retomada da economia   Foto: Rogério Soares/AT

Há 20 anos no mesmo ponto comercial, o empresário Germano Paiva, de Bertioga, sentiu os impactos de depender da presença do público para sobreviver. Ao saber do decreto que exigia o fechamento de bares e restaurantes no início da quarentena, reuniu-se com a equipe de 15 funcionários para decidir o que fazer.


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“A gente não queria deixar ninguém na mão, porque todos têm família. Mas, sem poder vender, eu também busquei uma alternativa para enxugar meus gastos”, explica.


Contando com o suporte que o Governo Federal daria, patrão e funcionários entraram em comum acordo, segundo ele, para demitir toda a equipe e recuperar quando o restaurante abrisse as portas novamente. “Foi a coisa mais difícil que eu tive de fazer, sério. Primeiro, ‘colocar todo mundo na rua’, mesmo que eles tivessem concordado. Segundo, a preocupação de não saber quando tudo voltaria a ficar bem”.


De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o restaurante foi um dos 2,6 mil empreendimentos em Bertioga que demitiu um ou mais membros da equipe em 2020. No total, 2.879 pessoas perderam o emprego na cidade, até agosto. Só em março, foram 708 demissões.


Com a retomada das atividades, 2.004 vagas já foram preenchidas novamente, incluindo 13 dos 15 funcionários de Germano. “Em julho, com a flexibilização gradual, retomamos. Apenas dois não quiseram voltar, encontraram outros caminhos”.


Em agosto, o número de contratações já superou o de demissões. Foram 312 profissionais admitidos contra 280 desligados.


A preocupação, segundo o empresário, é da fragilidade do setor de serviços, em meio a qualquer desestabilização. “Sabemos que não foi um problema só de Bertioga, mas do Brasil e mundo inteiro. Mas serviu para mostrar o quanto a gente está dependente, que não existem políticas públicas de planejamento contra esse tipo de crise. Aqui, mais que outros ponto da Baixada, a alta da temporada serve para garantir a maior porcentagem de lucro do ano inteiro. Por isso, a falta de atuação no Turismo afeta diretamente o emprego”.


Falta de oportunidade


A diarista Solimar dos Santos, 54, trabalha em casas de família e pousadas no Jardim Vista Linda, e comenta a dependência das vagas temporárias. “O povo daqui não tem muita escolha, por falta de empresas grandes. É sempre no comércio, atendimento direto ao turista... E a molecada que quer estudar acaba procurando [oportunidades] fora, porque não vai achar aqui. Tem que ser prioridade abrir espaço, senão vamos perder todos eles”.


PAT e cursos


O Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) fica na Avenida Anchieta, 392. Segundo a Administração Municipal, 165 vagas foram ofertadas ano passado e, delas, 150 preenchidas. Moradores que tenham interesse em capacitação podem encontrar gratuitamente no SESI cursos de atendimento ao cliente, auxiliar de cozinha e culinária gourmet (210 vagas). Já o SEBRAE oferece Empreendedorismo.


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