Trazer população para dentro do esporte será desafio em São Vicente

As soluções estariam em equilibrar atuação da Prefeitura e atrativos a moradores

Por: Isabel Franson  -  14/10/20  -  20:01
Vicentinos contam com 29 modalidades oferecidas de graça pela Prefeitura
Vicentinos contam com 29 modalidades oferecidas de graça pela Prefeitura   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Além de lazer, a prática de esportes é sinônimo de saúde e educação. Com a praia à disposição, muitas cidades da Baixada Santista buscam estimular a realização de exercícios ao ar livre, sem custo.


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Em São Vicente, à exceção do período pandêmico, os moradores têm à disposição 29 modalidades oferecidas de graça pela Prefeitura em 15 equipamentos, tanto na orla quanto nos bairros.


Até a quarentena provocada pela Covid-19, 4,5 mil pessoas frequentavam as oficinas, afirma o Município. O número, entretanto, equivale a pouco mais de 1,3% da população registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último censo, em 2010.


O educador físico Marcos Migliorini enfatiza a necessidade de estimular a participação dos vicentinos. “Não falo nem de modalidades de competição, porque isso aí já é outro passo. Mas pelo menos que consigamos entrosá-los melhor por meio do esporte. Cativar a garotada aderir, sair das ruas, se encontrar na quadra...”


Professor de adolescentes, aponta a ‘rebeldia’ no comportamento dos jovens e falta de interesse por seguir regras. “Supondo que numa comunidade fosse disponibilizado o centro esportivo como espaço de lazer, fora do período de aulas, teríamos uma surpresa. Se a escolinha, com professor e regras, tem 20 matriculados, bem capaz da gente chegar lá depois do horário e deparar-se com 40 jogando”.


O ‘fenômeno’, explica o treinador, é justamente a ausência de autoridade encontrada por eles. “O maior desafio é cativá-los a acatar, respeitar... O esporte educa. Empurrões, palavrões, não são tolerados. Mas o professor hoje, de qualquer área, enfrenta muita dificuldade para implantar disciplina”.


Quer o treino mais perto


No outro extremo, o vicentino Antônio Esteves, 75 anos, é exemplo de engajamento e vitalidade. Ex-aluno das escolas de surfe e stand-up de São Vicente, o aposentado não largou sua ‘corridinha’, de cinco a oito quilômetros, mas sente falta mesmo de jogar malha ou bocha perto de casa. “Acabo em times de outras cidades, porque aqui a gente não consegue espaço para treinar. O município é rico em ‘matéria humana’, o mais importante. Mas falta atraí-los para colocar em prática”.


Saudável graças ao esporte, o morador enxerga soluções na iniciativa privada para retomar o desempenho esportivo local. “Poderiam fazer parcerias com clubes, engajando gente de todas as idades... Tirar as pessoas do sedentarismo. Esporte é lazer, saúde e cidadania”.


Modalidades


As oficinas de esporte em São Vicente incluem Ginástica, Alongamento, Balé Baby, Balé, Capoeira, Zumba, Futebol, Futebol Feminino, Judô, Pilates, Jazz, Funcional, Karatê, Handebol de Areia, Stand Up, Canoa Havaiana, Yoga, Vela, Surf, Canoagem, Futsal, Futsal Inclusivo, Atividade Funcional para pessoas com deficiência (PCD), Boxe, Basquete, Vôlei, Hidroginástica, Natação e Natação Inclusiva.


Estão divididas entre centros esportivos, quadras, ginásios e campos nos bairros Catiapoã, Vila Margarida, Vila Voturuá, Parque Bitaru, Jóquei Clube, Esplanada dos Barreiros e Morro dos Barbosas, na Área Insular. Já na Área Continental, os equipamentos ficam na Praça João Carlos Pereira da Silva, no Humaitá, e Ginásio Poliesportivo Luiz Gonzaga, no Jardim Rio Branco.


Nas praias, estão a Escola de Surf, no Itararé, e Escola de Stand-up, vela e canoa havaiana, no Boa Vista. As inscrições, vencido o período de pandemia, voltam a ser realizadas nos próprios locais das atividades, e aceitam moradores a partir de 5 anos, sem idade limite. A Prefeitura reforça também que as oficinas podem ser feitas em qualquer equipamento, independente do bairro do munícipe.


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