Rogério Santos é o 13º candidato a prefeito de Santos entrevistado por A Tribuna

O postulante ao Executivo tem a Educação como prioridade

Por: Da Redação  -  27/10/20  -  11:08
Rogério Santos é o 13º candidato a prefeito de Santos entrevistado por A Tribuna
Rogério Santos é o 13º candidato a prefeito de Santos entrevistado por A Tribuna   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Rogério Santos (PSDB) é o 13º candidato a prefeito de Santos entrevistado por A Tribuna. O postulante ao Executivo tem a Educação como prioridade. Se eleito, uma de suas ideias é criar a Secretaria Especial do Centro Histórico, pois entende que o grande desafio da gestão será a revitalização dessa região. Na Saúde, o candidato pretende instalar um hospital infantil na Zona Noroeste. Além disso, 
Rogério quer ampliar o trabalho da atual gestão e avançar na zeladoria do Município.


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A Tribuna - Se o senhor for eleito, qual será a prioridade do mandato?


Rogério Santos - A prioridade é a educação em período integral. É a educação que transforma as pessoas. Hoje, 53% das crianças estão em período integral. O Plano Nacional de Educação fala em 25% para daqui a quatro anos, ou seja, já atingimos esse objetivo, mas queremos chegar a 75%. Queremos introduzir aquelas temáticas que a gente começou no Parque Tecnológico, como o empreendedorismo, tecnologia, robótica, educação financeira, além do esporte e da cultura, uma integração maior de todas as políticas com a Educação. A gente quer que o jovem seja protagonista da própria vida, que ele possa, dentro do conhecimento adquirido e do ambiente escolar, fazer as melhores escolhas para a vida.


Como melhorar a formação continuada dos professores e valorizá-los?


Vou ampliar ainda mais a educação continuada, inclusive com a participação conjunta das secretarias de Esporte e de Cultura e integrando as equipes, além de parcerias que vamos buscar no Sistema S. Em relação à valorização do professor, vamos manter o concurso que já existe com as promoções e contratar mais professores. Vamos ter que fazer uma grande revisão em toda a gestão do Município, já que é um tema que está sendo discutido no País. Haverá mudanças no setor do funcionalismo público e eu quero valorizá-lo. Não estou satisfeito com essa reforma administrativa (proposta pelo Governo Federal), porque os servidores estão perdendo direitos e isso não é correto. Vamos valorizar a meritocracia. Fizemos a PDR (Participação Direta dos Resultados), que foi uma referência nacional.
No plano de governo, o senhor cita a parceria com a iniciativa privada para criar escolas e creches.


Onde elas serão instaladas?


Serão construídas, principalmente, onde erguemos conjuntos habitacionais, como no São Manoel, que precisa de uma creche e uma escola de Ensino Fundamental, na Caneleira/São Jorge e no Saboó/Chico de Paula. Vamos seguir reestruturando e reformando as escolas. Algumas são das décadas de 1950 e 1960 e precisam de uma reforma geral.


A ideia do senhor é transformar todo o Complexo Hospitalar da Zona Noroeste nessa unidade infantil?


Não. Vamos manter a Maternidade Silvério Fontes e o hospital de clínica geral, mas vamos criar dentro da unidade um hospital pediátrico municipal. Na Saúde, pretendemos fazer uma policlínica no Dique da Vila Gilda. Ao lado do Arte no Dique, existe o Centro da Juventude e vou reformulá-lo para que o espaço seja ampliado e compartilhado com essa policlínica, que terá duas equipes de Saúde da Família. Vamos criar uma policlínica no Estuário, uma no Caneleira/São Jorge e uma na Vila Progresso. Esses são compromissos que estabelecemos em nosso plano de governo.


Quais são os seus planos para diminuir o deficit habitacional?


Esse é um grande desafio. Temos mais de 2.600 apartamentos já conveniados com o Governo do Estado, inclusive com a União, que vai ceder terrenos, e eu vou colocar em execução esses projetos. Vamos dar continuidade à regularização fundiária, como fizemos na Vila Ayrton Senna, na Vila Esperança, no Caminho do Asilo, no Caminho da Dona Adelaide, assim como no Saboó e no Nova Cintra 2. Como projeto de desenvolvimento urbano, temos a ideia de incentivar a construção de habitações na região central da Cidade. 


Como reverter esse cenário de deterioração do Centro da Cidade?


Investindo em habitação. Em todas as regiões da nossa Cidade têm comércio, prestação de serviço e habitação. Na região central, só há as duas primeiras. As poucas habitações que existem são subnormais, inadequadas. Temos nessa região infraestrutura de saneamento, iluminação, internet e pavimentação. A ideia é ocupar os antigos prédios que já foram moradias no formato de retrofit, algo que está sendo feito em São Paulo e nas grandes capitais mundiais. Temos uma lei de incentivos para os construtores e para os compradores. Pessoalmente, eu vou tratar disso, inclusive porque a Câmara aprovou uma lei que permite PPPs (parcerias público-privadas) para a habitação.


Que medidas o senhor pretende adotar para atrair mais empresas e gerar empregos?


A melhor maneira de criar empregos é com as frentes de trabalho nas obras públicas de infraestrutura. Na maior crise da história econômica brasileira, que teve início em 2014, nós fizemos as obras da Entrada da Cidade e as obras nos Morros, que geraram mais de 1.200 empregos. Vou continuar investindo em infraestrutura, que, além de gerar empregos, traz o desenvolvimento da Cidade. Santos hoje é reconhecida como uma localidade para se fazer investimentos. Eu dou exemplo da GL, a maior empresa de eventos do mundo, com sede em Paris (França), que administra o Centro de Convenções de Paris e veio para Santos, assim como a Amazon, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. A única cidade com a qual ela fez parceria, há um ano e meio, foi Santos, por meio do Parque Tecnológico. Temos sim empresas que estão vendo Santos com bons olhos. Vamos trazer as empresas retroportuárias. O Porto e as operadoras portuárias têm que ajudar a Cidade, porque nos últimos anos a movimentação portuária aumentou mais de 333% e nós passamos de 35 mil trabalhadores avulsos para 10 mil. É necessário que as empresas tragam seus parceiros para que se instalem nas regiões retroportuárias e tragam esse investimentos. Vamos investir no turismo, na tecnologia e nas atividades comerciais.


O senhor pretende manter ou extinguir alguma secretaria?


Não vou criar nenhum cargo comissionado, mas vamos fazer uma reformulação das secretarias. A cada governo, é preciso dar uma dinâmica diferente. Vou transformar uma das pastas na Secretaria Especial do Centro Histórico. O grande desafio do meu governo é a revitalização do Centro Histórico e com habitação, com novas atividades comerciais. O turismo já vem sendo trabalhado pelo governo municipal. Tivemos mais de R$ 120 milhões de investimentos na região central, como o Parque Tecnológico e a nova Rodoviária, que era uma obra esperada há anos. Essa secretaria será fundamental para a estratégia de trazer novas empresas.


Quais são os seus planos para as empresas municipais, como CET-Santos, Cohab Santista e Prodesan?


A Cohab Santista tem ajudado muito a Cidade. Nunca produzimos tantas unidades habitacionais desde 1985. Mais de 2.400 apartamentos foram entregues ou estão para serem entregues. Além disso, ela faz toda a parte gerencial da pré e pós-ocupação, inclusive com trabalho social. E a população recebe orientação, todo o apoio para essa nova etapa da vida. Isso sem falar no aluguel social, que tem uma função muito importante nos momentos de calamidade pública. Em relação à Prodesan, ela é um patrimônio dos santistas e é uma empresa que foi feita para planejar o progresso e o desenvolvimento de Santos. Eu vou reformulá-la, cada vez mais valorizando o trabalho na área de tecnologia e planejamento urbano. Sobre a CET-Santos, ela será reorganizada e vou trazê-la para a região central. Ali, onde ela está instalada hoje, será construído o Parque da Cidade, inclusive com estúdios de cinema em parceria com empresas privadas. 


Como o senhor pretende lidar com a questão dos moradores em situação de rua?


Vou aumentar o número de equipes de abordagem e reorganizar o atendimento de álcool e drogas. Santos possui hoje um sistema completo para pessoas em situação de rua. Temos os abrigos com 286 vagas, inclusive com canil. Ali é ofertada toda a parte de alimentação e tratamento médico. Temos inclusive um programa de transferência de renda, que é o Projeto Fênix. A pessoa em situação de rua que fica no abrigo recebe um salário mínimo, curso de profissionalização e trabalha em algum órgão público. Hoje, 74 pessoas estão no Projeto Fênix. Uma dificuldade é que essas pessoas, na maioria das vezes, têm dramas pessoais, são dependentes de álcool e outras drogas e não querem, muitas vezes, sair dessa condição. Esse trabalho contínuo das equipes de abordagem da assistência social, muitas vezes, consegue fazer com que essa pessoa entre no sistema de proteção e recebe todo o apoio da Prefeitura. 


Como melhorar a zeladoria do Município?


Vamos ampliar o trabalho da atual gestão e continuar avançando. Penso na zeladoria como algo mais amplo, como fizemos na Zona Noroeste e nos Morros, com novas calçadas. São 50 quilômetros de corredores de ônibus e iluminação de LED que foram feitas através de recursos federais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade. Vamos fazer a zeladoria de espaços, como a nova Ponta da Praia, que era uma área pouco utilizada e virou uma referência de lazer e turismo da nossa cidade. A zeladoria está entre as minhas três prioridades. A primeira é a educação. A segunda é a geração de emprego e renda e a qualificação das pessoas, como fizemos com a Vila Criativa, um projeto reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).


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