População pede mais rondas e policiamento nos bairros de Bertioga

A presença de policiais e GCMs mais intensa na temporada deveria valer para o ano, dizem moradores

Por: Isabel Franson  -  10/10/20  -  22:51
Desde 2018, a segurança da cidade é monitorada pelo Centro de Imagens de Bertioga
Desde 2018, a segurança da cidade é monitorada pelo Centro de Imagens de Bertioga   Foto: Divulgação/PMB

A nítida contraposição entre a proteção dos portões dos condomínios fechados em bairros nobres e os baixos muros das casas expostas na periferia é sentida diariamente por quem atravessa Bertioga para estudar, trabalhar ou mesmo a passeio.


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Moradora da Vila Tupi, a advogada Ana Isidoro não sai à rua sem o cão, da raça Golden retriever. “Ele, na verdade, é um doce. Mas de qualquer forma, me sinto mais protegida. Pensam duas vezes antes de me abordarem”.


Não só pela falta de rondas e policiamento, como também pelas aglomerações – ainda mais preocupantes durante a pandemia da Covid-19 –, a munícipe questiona a atuação da Guarda Municipal de Bertioga. “É nítido que há bairros mais ricos, onde entende-se que há patrimônio caro a ser resguardado e turistas para impressionar, mas eles deviam circular por toda a cidade. Temos leis contra barulho e a molecada não respeita. Fazem festas com som alto, bastante gente... Mas não adianta acionar qualquer tipo de policiamento, porque não vem”.


Comércios e casas de temporada são alvo


Solimar dos Santos da Silva, 54 anos, mora no Jardim Vista Linda, bairro de pequenas pousadas para turistas na região central da cidade. Segundo ela, o bairro está cada vez mais perigoso, com assaltos e invasões de propriedades privadas em plena luz do dia.


“Muitos vizinhos trabalham no setor de serviços, como lojinhas, pensões, restaurantes... Toda semana é relato de assalto, tanto de gente andando na rua quanto dentro dos comércios. Há uns meses, invadiram uma pousada aqui perto e assustaram de um jeito que a recepcionista não queria nem voltar depois. Quase pediu as contas”.


Diarista de residências e hospedagens no bairro, a moradora relata sobre a dificuldade de acesso às forças policiais ou guarda municipal. “Qualquer coisa que acontece, levam mais de 3 horas para vir. Se a gente pega em flagrante alguém pulando o muro dessas casas de temporada, avisa a polícia na hora. Mas até chegar, já limparam tudo e foram embora”.


Central de monitoramento


A Prefeitura informa que, desde 2018, a segurança da cidade é monitorada pelo Centro de Imagens de Bertioga (COIBE): cerca de 200 câmeras implantadas em pontos estratégicos, na principais avenidas e acessos pela rodovia Rio-Santos.


Quanto à Guarda Civil Municipal, são 85 agentes treinados e capacitados, para atuar na proteção de próprios municipais, trânsito, meio ambiente e na proteção da população. Já na temporada, além


do contingente normal, Bertioga recebe reforço de 180 policiais militares, cujo alojamento e alimentação são ofertados pelo Município. A medida ocorre porque a população (em média, 60 mil habitantes) pode ter pico em até 500 mil nos principais feriados.


O telefone para reportar vandalismo, violência ou outras ações suspeitas é 153, à disposição 24 horas por dia na Guarda Civil Municipal.


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