Moradoras de Mongaguá reclamam da dificuldade para marcar consultas: ‘Descaso’

Próxima gestão do município terá o desafio de articular melhorias à área da saúde

Por: Liliane Souza  -  15/10/20  -  16:59
Candidatos apresentam proposta para o fomento da Cultura em Mongaguá
Candidatos apresentam proposta para o fomento da Cultura em Mongaguá   Foto: Divulgação/Prefeitura de Mongaguá

A dificuldade para conseguir marcar consultas com médicos especialistas, cirurgias e exames é um dos problemas citados por munícipes de Mongaguá que dependem da rede pública de saúde.


Clique aqui e assine A Tribuna por apenas R$ 1,90. Ganhe, na hora, acesso completo ao nosso Portal, dois meses de Globoplay grátis e, também, dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Moradoras da cidade ouvidas por ATribuna.com.br, que pedem para não ter seus nomes revelados, relatam que chegam a levar anos para conseguir agendar consultas, cirurgias e exames.


“Meu esposo está esperando uma cirurgia no quadril há quase cinco anos. Eu estou esperando há mais de um ano uma ressonância da cabeça. Meu filho de seis anos está há quase cinco anos esperando uma consulta com neurologista infantil”, relata uma das moradoras.


Ela também se queixa do atendimento a crianças na Unidade de Saúde da Família (USF) de Agenor de Campos. “Pediatra só tem uma vez na semana e ela é muito ignorante. Para se ter um bom atendimento infantil é necessário que a médica dê a atenção devida para cada criança”.


Para ela, é preciso que os gestores do município se coloquem no lugar dos pacientes e implementem um sistema de saúde de qualidade. “Profissionais qualificados têm, espaço também. Só falta querer dar um atendimento digno para a população. Só quem mora aqui e depende do SUS sabe o que significa descaso”, diz.


Dois anos de espera


Outra moradora ouvida por ATribuna.com.br relata que está à espera de uma consulta com cirurgião vascular há dois anos. “No posto você passa em consulta e o médico te dá o encaminhamento, mas eles agendam quando querem”, diz a munícipe.


Ela diz que já fez reclamações, mas ainda assim continua sem previsão de quando deve ser atendida. “Eu vou no posto e a agente de saúde liga no agendamento, que é da prefeitura mesmo. Eles falam que marcaram a consulta, mas eu falo que é mentira porque ninguém me avisou. Eles marcam para quem eles querem”, lamenta.


“Gostaria que eles [gestores do município] olhassem com mais afinco às pessoas que realmente precisam. Vaga tem, só não se tem boa vontade de ajudar o próximo”.


Posicionamento


Em nota, a prefeitura de Mongaguá esclarece que o município ainda não realiza cirurgias eletivas e ressonâncias nem possui a especialidade de neuropediatria. “Sendo assim, os pacientes assistidos em nossos postos precisam aguardar por uma vaga disponibilizada via sistema CROSS [Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde, do governo estadual] em uma unidade de referência regional”, afirma.


A prefeitura destaca que a implementação da especialidade de neuropediatria na cidade é pauta constante nas reuniões da Câmara Técnica do Departamento Regional e Saúde (DRS) e do Grupo Metropolitano de Secretários de Saúde, mas ainda não há previsão de resolução.


Em relação à paciente que diz esperar vaga com cirurgião vascular há dois anos, a prefeitura não se posicionou porque a munícipe não deu autorização para ter o nome revelado.


Quanto ao paciente que aguarda cirurgia há cinco anos, a prefeitura informa que a consulta de avaliação cirúrgica dele foi agendada em Registro, e o próprio estabelecimento de saúde do local é que se encarrega de agendar a cirurgia.


Com relação às ressonâncias, a municipalidade informa que o agendamento é realizado exclusivamente pelo DRS. “O município envia as demandas e as equipes técnicas do departamento é que agendam e informam à regulação local. Em virtude dos reflexos da pandemia da covid-19, o procedimento foi interrompido por um longo período e está sendo retomado gradativamente”.


Ainda segundo a prefeitura, o agendamento semanal de consultas com pediatra nas unidades de saúde da família tem atendido de maneira satisfatória a demanda da cidade. “Não há registros de reclamações sobre a demora entre as consultas, até porque os casos urgentes contam com a retaguarda do Pronto Socorro Infantil, e nem sobre qualquer profissional médico pediátrico”, finaliza.


Logo A Tribuna
Newsletter