Metropolização é a aposta de candidatos de São Vicente para solucionar problemas comuns

Caminho entre Praia Grande e Santos, a cidade é crucial no trânsito local e outros aspectos

Por: Isabel Franson  -  10/11/20  -  17:20
VLT irá da Avenida Conselheiro Nébias até o bairro do Valongo, em Santos
VLT irá da Avenida Conselheiro Nébias até o bairro do Valongo, em Santos   Foto: ( Sílvio Luiz)

Mobilidade urbana, saúde, segurança, turismo e coleta de resíduos são os principais temas citados pelos candidatos à Prefeitura de São Vicente como necessários para trabalhar em forma metropolitana. Para os concorrentes, o desafio para a resolução desses problemas comuns passar pela união dos futuros nove prefeitos a serem eleitos a partir de domingo (15). 


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Localizada relativamente ao centro da Baixada Santista, a cidade é passagem quase que obrigatória de trabalhadores e estudantes na região. Além do trânsito, concorrentes ao Executivo acreditam na interdependência dos nove municípios para conquistar mais unidades hospitalares e projetos efetivos contra criminalidade.


Soluções definitivas na destinação de resíduos e a reinserção da Baixada na rota dos visitantes também podem ser alcançadas em conjunto, mediante articulações do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem) com o Governo do Estado.


Veja o que dizem os candidatos:


Anália Silva (PT):


“Defendemos a criação de um Consórcio Metropolitano para questões urgentes, como atendimento médico de alta complexidade. Outra questão são os resíduos sólidos: precisamos fortalecer cooperativas de reciclagem e promover educação ambiental. A mobilidade é outro ponto crucial. Temos de avançar na integração tanto de modais quanto de tarifas. O preço da passagem de ônibus intermunicipal é, proporcionalmente, um dos maiores do país. Vamos cobrar a concessionária e o Estado. O VLT precisa ser ampliado mais rapidamente, tanto na Área Continental quanto nas demais cidades”.


Luiz Carlos Gianelli (PSD):


“Destacam-se as áreas de segurança, turismo e saúde. Na segurança, é importante integrar um sistema de monitoramento sintonizado às polícias Civil e Militar para identificar tráfico e transporte de drogas ao Porto. Quanto ao turismo, precisamos comercializar a região de maneira integrada, a fim de torná-la mais atrativa. Para isso, necessita-se definir um sistema de transporte específico com destinação aos principais pontos turísticos. A saúde pública é a área em que a definição de políticas em comum tem o potencial de ser mais produtiva, principalmente com a instalação de um hospital regional amplo e gerido através de Fundação ou Consórcio Público”.


Kayo Amado (Podemos):


“Transporte e Saúde são, talvez, as de maior destaque. Mas políticas habitacionais também devem ser tratadas de forma metropolitana, já que as pessoas migram de uma cidade para a outra. A destinação dos resíduos e a proteção ambiental também, pois o que faz uma cidade interfere diretamente na outra. Em São Vicente temos um problema de drenagem em um eixo viário importante da cidade que é a Linha Azul, esta região faz divisa com a Zona Noroeste em Santos, temos que tratar esta questão de forma conjunta, somos cidade próximas e conturbadas, ou seja, temos que nos juntar para resolver os problemas. Temos o Estatuto da Metrópole, que dá o aparato legal para as cidades trabalharem de forma consorciada. É preciso dialogar com os demais prefeitos, reafirmar a importância do Condesb, constituir uma força regional para apresentar ao governo do Estado”.


Dra. Mônica Batalha (PRTB):


“Saúde tem de ser pensada de maneira metropolitana, porque nós temos uma população que mora aqui, mas trabalha em outro local. Sobre mobilidade, as cidades são coladas umas às outras. Um plano integrado é importante para resolver o trânsito. E o grande nó é a Segurança: o bandido pratica um delito numa cidade, tem como rota de fuga o entorno. Tudo isso tem de ser articulado através de políticas públicas. Precisamos fazer um mapeamento, levar ao Estado as soluções e o plano de trabalho. É necessário pensar de maneira macro, para resolver o problema micro. O município vizinho impacta diretamente no seu. A AGEM pode estreitar melhor essas relações”.


Pedro Gouvêa (MDB):


“As cinco questões mais importantes são: mobilidade, saúde, segurança, lixo e turismo. Ainda mais nesse momento, que tentamos superar os prejuízos da pandemia. Precisamos desburocratizar a AGEM e o Condesb e conseguir maiores condições com o Estado. Nós, prefeitos eleitos na Baixada, teremos de nos unir mais para cobrar o governador de recursos e investimentos, que ele vem contingenciando. Só com discurso e vontade não conseguimos fazer nada. Dependemos de liberdade orçamentária”.


Solange Freitas (PSDB):


“Encaro como principais: saúde, transporte, segurança, infraestrutura assistência social e turismo. Saúde, por exemplo, se não funcionar bem, acaba sobrecarregando as unidades das cidades vizinhas. É o que acontece hoje em São Vicente, com problemas graves de falta de atendimento. As enchentes, em alguns pontos, só serão realmente amenizadas se Santos também fizer algumas obras. No turismo, a integração é importante para atrair turistas não só brasileiros, mas também de fora. Podemos criar um roteiro ecológico de Peruíbe a Bertioga, explorando a Mata Atlântica, nossos rios e cachoeiras. Pretendo dialogar com todos os prefeitos, não apenas pelo Condesb, mas também no dia a dia. Para conseguir essa união, é preciso que alguém assuma a responsabilidade de buscar a integração. Eu me proponho. Como sou do partido que administra o governo do Estado, já tenho acesso para conseguir recursos que São Vicente precisa e posso colaborar para buscar essa ajuda também para as outras cidades da região”.


Procurados, Valquírio Martins (Solidariedade) e Luis Claudio Bili (PTB) não responderam até a publicação desta reportagem.


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