Com maior extensão territorial, Itanhaém sofre para gerir ordem e segurança pública

Baixo orçamento da Guarda Municipal e e efetivo policial defasado, população sente falta de atuação

Por: Isabel Franson  -  24/10/20  -  01:01
Município conta atualmente com 60 agentes da GCM para percorrer todo o território
Município conta atualmente com 60 agentes da GCM para percorrer todo o território   Foto: Divulgação/PMI

Maior cidade da Baixada Santista em área territorial, Itanhaém distribui seus 103,1 mil habitantes em com 601,711 quilômetros quadrados, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Clique aqui e assine A Tribuna por apenas R$ 1,90. Ganhe, na hora, acesso completo ao nosso Portal, dois meses de Globoplay grátis e, também, dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Comparando o total populacional com o tamanho oficial do município, é possível estimar para 2020 uma densidade demográfica de 171,3 pessoas por quilômetro quadrado. Isso significa que a concentração de moradores é baixa, comparada a outras cidades da região, como Santos, onde a densidade demográfica gira em torno de 1.543 pessoas por quilômetro quadrado, ainda segundo estimativa do IBGE.


Estes cálculos são fundamentais para entender diversas questões da cidade, a exemplo dos problemas na segurança pública, grande queixa da população.


Perturbação pública


Em termos de Guarda Civil Municipal, o município conta atualmente com 60 agentes para percorrer todo o território, muitas vezes de maneira insuficiente, conforme relatado por moradores. “No meu bairro, Laranjeiras, é impossível conseguir presença da Guarda Municipal”, afirma a estudante Giovana Pupo, 22 anos. “É um local mais simples, de casas menos luxuosas, por isso não recebe devida atenção. Não tem ninguém pra fiscalizar o trânsito, ou comércios irregulares, até desmanche de carro é comum, mas a gente nunca vê a GCM intervindo”.


A jovem conta que, mesmo em pandemia, o proprietário de uma casa vizinha aluga o local para festas aos fins de semana. E as madrugadas são regadas a gritaria e música alta, impossibilitando o sono de todos. “Faz um mês que todo fim de semana é assim. Pior que eu moro com a minha avó, já de idade avançada, e ninguém consegue dormir. Tenho bichos em casa e a audição deles é sensível, ficam totalmente incomodados. Uma vez, eu e minha mãe nos revezamos em mais de um número de telefone – das onze da noite até as seis da manhã – solicitando atuação da Guarda aqui, exigindo cumprimento da Lei do Silêncio, mas nem apareceram”.


Para a jovem, nem na temporada de verão, onde normalmente o número de agentes nas ruas é reforçado, há solução para a displicência do Poder Público. “Minha rua é na entrada da cidade, saindo da pista (estrada). Nem guarda para organizar o trânsito a gente consegue nesse período. Fica tudo congestionado”.


Falta Polícia Militar


Do lado da orla, a administradora de empresas Ana Paula Soares, do Cibratel I, já teve a casa assaltada duas vezes. Localizada próxima ao Morro do Paranambuco, a residência foi invadida por homens armados que a fizeram de refém junto com a família. “Não tem policiamento algum, não


tem ronda. O perfil é muito de veraneio aqui e fica tudo abandonado. À noite você não pode passear com a família, porque corre o risco de ser abordado”.


A moradora aponta também a necessidade de uma central do telefone de emergência (190) na cidade, já que todas as queixas são registradas em Santos, que redireciona a demanda para uma viatura mais próxima do local. “Isso não funciona, porque perde-se muito tempo. Até chegarem aqui para atender nossa ocorrência, já não tem mais o que fazer”.


O que responde a Prefeitura


A Prefeitura afirma que vem desencadeando uma série de ações para garantir segurança aos munícipes, como a implantação de 122 câmeras de monitoramento distribuídas em bairros onde existe maior concentração de movimento no Município.


Além disso, 14 câmeras de monitoramento inteligente do modelo OCR (que realizam a leitura de placas de automotores e identificam veículos roubados), estão instaladas nos principais pontos da Cidade, em parceria com o Programa Detecta da Polícia Militar.


Logo A Tribuna
Newsletter