‘Com cautela’, candidatos chegariam à Prefeitura de Santos para avaliar caixa

Questionados sobre quais seriam seus primeiros atos como prefeitos, maioria respondeu que organização dos gastos é prioridade

Por: Isabel Franson  -  11/11/20  -  21:18
Prefeitura garante que só vai chamar candidatos em caso de vacâncias de postos
Prefeitura garante que só vai chamar candidatos em caso de vacâncias de postos   Foto: Matheus Tagé/AT

Em cobertura especial das Eleições 2020 na Baixada Santista, ATribuna.com.br entrevistou os candidatos ao Executivo e perguntou como seria a primeira semana de mandato, caso eleitos. De forma quase unânime, os concorrentes responderam que a prioridade é auditar o caixa da cidade, antes de tomar qualquer decisão.


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Também pela preocupação com o orçamento, foi citado o fechamento de secretarias e o corte de cargos comissionados. A recuperação da região Central como local de habitação e comércio é outra urgência na visão dos candidatos, com medidas sendo tomadas logo após a posse.


Outras propostas incluem mudanças imediatas em serviços como Educação, Saúde e Zeladoria. Veja o que dizem os concorrentes:


Antônio Carlos Banha (MDB)


“Na primeira semana, vamos levantar a situação financeira dos cofres municipais. Devido à falta de transparência do atual governo, não sabemos o que vamos encontrar na ‘caixa-preta’ das finanças da cidade. Faremos uma varredura em todas as secretarias, contratos, compras e nos gastos da Covid-19. Iremos estabelecer uma gestão eficiente que consiste em honrar a folha de pagamento do funcionalismo e compromissos com fornecedores para tocar a máquina pública”.


Bayard Umbuzeiro (PTB)


“Antes do início da campanha, tivemos o cuidado de fazer um amplo diagnóstico de Santos, em mais de 20 áreas. Diante disto, concluímos que precisamos cortar as despesas com cargos comissionados (hoje em R$ 45 milhões anuais) pela metade, logo nos primeiros dias. Vamos rever o Orçamento de 2021, com a redução de contratos e despesas não essenciais. Remanejaremos valores entre secretarias para adequar as contas e apoiar pequenas empresas, autônomos e liberais, amplamente prejudicados com a pandemia”.


Carlos Paz (Avante)


“Inicialmente, tudo será analisado com muito critério a fim de estabelecer parâmetros de comprometimento orçamentário, sempre baseado no relatório financeiro quadrimestral do Banco Central e Tesouro Nacional. Faremos profunda avaliação jurídica quanto às ações em aberto que venham a demandar indenização; além de rigorosa auditoria técnico-financeira”.


Delegado Romano (DC)


“Imediatamente, faremos uma reestruturação administrativa. Auditoria nas contas públicas, principalmente sobre as distorções das verbas mal distribuídas e aplicadas nas respectivas secretarias. Execução do Plano de recuperação econômica. Regularização do IMPREV E CAPEP, corte das despesas da administração direta e indireta. Auditoria nas contratações sem licitação ‘decorrentes da pandemia’, comprovando graves irregularidades. Portanto, implantação da gestão democrática e transparente, visando exclusivamente o interesse público dos santistas”.


Douglas Martins (PT)


“Nosso primeiro ato de governo será a criação de um programa emergencial de combate aos efeitos da pandemia. Vamos reunir representantes dos trabalhadores, movimentos sociais e empresários, com o apoio do poder Legislativo, para definir ações. No curto prazo, o principal desafio é garantir renda básica e comida na mesa da população. Também daremos início à revisão de todos os contratos firmados pela atual gestão com organizações privadas”.


Guilherme Prado (PSOL)


“Vamos sepultar o projeto de incineração de lixo, totalmente danoso à saúde da população e à cadeia solidária dos catadores. Não renovaremos o contrato com a TERRACOM e trabalharemos com cooperativas de catadores. Vamos criar a Secretaria de Economia Solidária, que articulará nosso Banco Social Municipal e que vai pagar não apenas os benefícios da Renda básica Municipal em moeda social e digital, como também o benefício do cartão alimentação dos servidores”.


Ivan Sartori (PSD)


“Faremos, logo de início, uma auditoria detalhada nas contas municipais, seguida de revisão nas destinações de verbas e contratos, além dos cargos públicos, com extinção de excessivos. Precisamos abrir Santos para novas empresas investirem. Hoje temos um grupo circundando a Prefeitura e não há espaço para novos negócios e novos empreendedores, deixando Santos estagnada e amarrada aos mesmos. Isto precisa acabar, para o capital voltar a circular”.


João Villela (Novo)


"Vou começar por uma extensa auditoria: reduziremos para 12 o número de secretarias e buscaremos no governo federal parcerias para iniciar a transformação nas áreas esquecidas da cidade. Precisamos otimizar os processos, acelerar as respostas às demandas da população. Já passou da hora de mudarmos a maneira de fazer política: as pessoas estão ansiosas por mudanças e as respostas precisam ser dadas o quanto antes".


Marcelo Coelho (PRTB)


“A prioridade número um será analisar a saúde financeira da cidade, cortar gastos desnecessários como regalias e cargos comissionados. Ou seja: não seria um corte geral, mas sim uma melhor integração do quadro de servidores para não ter de pagar duas vezes. Essa é uma forma de motivar o funcionário público, que está ali aguardando há anos uma chance. Em relação às secretarias, a ideia é diminuí-las e buscar resultado para ter excelência no serviço”.


Dr. Marcio Aurélio (PDT)


“Como sabe, todo o nosso secretariado será de indicações técnicas em cada setor, e além de empossá-los, os primeiros dias de nosso governo contará com o início de uma auditoria independente para abordar as situações das autarquias municipais e dos contratos com as terceirizadas, especialmente na área da saúde. Ainda, iniciaremos a formatação da TV Caiçara, comunitária e em rede aberta, a complementar o ano letivo”.


Moysés Fernandes (PV)


“Uma das prioridades é a criação da Zona Verde: área com incentivos fiscais, competitiva. Vou levar esse projeto à Câmara, garantir aprovação e iniciar. Incluirá o perímetro do Centro, Vila Mathias e outros bairros próximos. Também, de prontidão, pretendo atuar na solução do déficit habitacional buscando parcerias público-privadas (PPPs). Educação e Saúde serão outras pastas avaliadas logo no início da gestão”.


Rogério Santos (PSDB)


“Não vou criar nenhum cargo, mas vou organizar as secretarias e a Investe Centro, que vai trabalhar as ações de desenvolvimento da Região Central. Além disso, faremos um grande esforço para aprimorar o ensino à distância e o reforço aos alunos da rede. Vamos fazer leis de geração de emprego, essencial para garantir postos de trabalho e renda, e o fortalecimento das ações da temporada, aproveitando o comércio local para estímulo ao turismo neste período do ano”.


Tanah Correa (Cidadania)


“Uma das primeiras medidas como prefeito será valorizar o funcionário público. Vamos revisar os cargos comissionados e acordar, em sua maioria, que eles sejam substituídos para servidores concursados, com uma bonificação. Atuação em Saúde e Educação também é fundamental. Precisamos revisar as estruturas das UPAs, UBSs e escolas para encontrar os problemas, planejar e entregar soluções concretas à população”.


Luiz Xavier (PSTU), Thiago Andrade (PC do B) e Vicente Cascione (PROS) não responderam.


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