Com a máquina em mãos, candidatos da situação podem levar vantagem na região

Além de Guarujá, Cubatão e SV que buscam reeleição, Santos e PG tentam fazer sucessor

Por: Isabel Franson  -  28/10/20  -  13:50
Baixada receberá R$ 16,8 milhões em recursos na saúde e educação
Baixada receberá R$ 16,8 milhões em recursos na saúde e educação   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Na contagem regressiva para o primeiro turno, algumas das maiores cidades da Baixada já apresentam estimativas sobre a preferência do eleitorado de acordo com os resultados do Instituto de Pesquisa A Tribuna (IPAT). E a tendência apontada é que os ocupantes do Poder Público tendem a ter vantagem na corrida eleitoral para definir os próximos mandatários locais. 


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Em Guarujá e Cubatão, Valter Suman (PSB) e Ademário Oliveira (PSDB), atuais prefeitos buscando reeleição, lideram pesquisas com 57,7% e 28,1% respectivamente.


Já em Santos e Praia Grande, após segundo mandato, os tucanos Paulo Alexandre Barbosa e Alberto Mourão tentam passar o bastão para seus indicados a dar sequência no governo. Com 37,7% das intenções de voto, o santista Rogério Santos aparece vinte pontos percentuais à frente do segundo candidato, enquanto Raquel Chini apresenta 29,6% de preferência.


São Vicente é a única cidade, entre as maiores da região, na qual o governo atual parece enfrentar um pouco mais de dificuldades para se reeleger: tanto na pesquisa de setembro quanto na última, publicada em 18 de outubro, Pedro Gouvêa (MDB) aparece em segundo lugar, disputando a preferência dos eleitores com Kayo Amado (Pode) e Solange Freitas (PSDB).


Visibilidade da Prefeitura


O cientista político Fernando Chagas acredita na visibilidade ofertada pelo cargo como diferencial ao candidato da situação. “É até mais fácil quando o próprio prefeito tenta reeleição. Mas com aprovação, acima de 60%, há uma abertura considerável para emplacar seu sucessor”.


Tal comportamento do público pode evitar, inclusive, chances de segundo turno. Para o especialista, mesmo com brancos e nulos, pleiteantes que conquistem 43% do eleitorado já podem levar no domingo 15 de novembro. “As propagandas são pautadas em mostrar o que foi feito de bom pela cidade e geram compromissos de continuar tais projetos. Satisfeito com o governo, o morador vai votar para manter a situação”.


Fator decisivo no pleito deste ano, Chagas comenta ainda a pandemia e o medo instaurado no povo. “Nesse momento, a tendência é que os eleitores fiquem mais conservadores mesmo. Caso eles acreditem que o atual prefeito fez um bom trabalho no combate à Covid-19, grandes chances de optar pela sequência da gestão”.


Perfil conservador


Quem também encara como ‘conservador’ o perfil do eleitor da Baixada, especialmente de Santos, é a professora universitária Clara Versiani. “Isso está diretamente relacionado às mudanças econômicas e sociais sofridas pela Cidade e região nos últimos anos. A desarticulação dos sindicatos e especulação imobiliária tornaram o município muito caro para se viver, ‘expulsando classes trabalhadoras’ e atraindo mais ricos, com opinião política ‘tradicionalista’”.


Segundo Clara, a pulverização das legendas da oposição acabou jogando contra si mesmas, uma vez que dividiu os votos ao invés de unir. “Se essas forças políticas têm interesse na Cidade, terão que encontrar outras maneiras de dialogar com a população até ganharem espaço e força para quebrar o regime conservador que o município se encontra”.


Mesmo que o cenário seja de um segundo turno em Santos e região, a cientista ainda enxerga dificuldade nos grupos de esquerda a se posicionarem. “Ainda que somados, eles talvez não atinjam percentual necessário. Talvez o próximo ano seja diferente, com mais alianças já em primeiro turno e, principalmente, com essas forças na esperança de um retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.


Decepção e cansaço


Fernando Chagas aposta numa possível decepção do eleitor com a prometida ‘nova política’. “Na prática, não mudou muita coisa. A oposição, ao invés de apresentar propostas, perde muitos pontos com o público por ficar batendo nas gestões atuais”.


O especialista também crê num cansaço da polarização. “Os moradores não querem saber na rixa de esquerda x direita a nível municipal. Eles querem alguém que arrume sua rua, mantenha em ordem postos de saúde, segurança do bairro e escolas”.


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