Clima esquenta no debate entre candidatos a prefeito de Santos

Encontro promovido na noite desta quinta-feira pelo Grupo Tribuna teve muitos embates sobre problemas da cidade

Por: Maurício Martins  -  13/11/20  -  03:26

O clima esquentou entre os candidatos à Prefeitura de Santos na noite desta quinta-feira (12). No debate promovido pelo Grupo Tribuna e transmitido ao vivo pela internet durante mais de três horas, não faltaram embates sobre problemas da Cidade e acusações. Foi o último encontro dos postulantes, a dois dias da eleição. O vídeo na íntegra pode ser visto no Facebook do Grupo Tribuna (clique aqui).


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Os 16 candidatos participaram: Banha (MDB), Bayard Umbuzeiro (PTB), Carlos Paz (Avante), Delegado Romano (DC), Douglas Martins (PT), Guilherme Prado (PSOL), Ivan Sartori (PSD), João Villela (NOVO), Luiz Xavier (PSTU), Marcelo Coelho (PRTB), Marcio Aurélio Soares (PDT), Moyses Fernandes (PV), Rogério Santos (PSDB), Tanah Corrêa (Cidadania), Thiago Andrade (PC do B) e Vicente Cascione (PROS). Eles foram divididos em dois grupos, A e B.


No primeiro bloco, candidatos do Grupo A perguntaram para os do Grupo B. Primeiro a responder foi Delegado Romano, que foi questionado sobre moradores de rua. “O equívoco da atual gestão e das anteriores é fazer interpretação constitucional inadequada. O direito de ir e vir é uma garantia política, não é permitir que faça da coisa pública domicílio”, disse ele, defendo a internação compulsória de viciados.


Por mais de 3h30, os concorrentes apresentaram propostas e responderam questionamentos de jornalista
Por mais de 3h30, os concorrentes apresentaram propostas e responderam questionamentos de jornalista   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Moyses Fernandes falou sobre parcerias público-privada (PPP) para a construção de habitação. “O Centro de Santos é o local preparado para moradias. Existe a possibilidade de PPP, tem investimento e o Centro é o local. Temos um déficit de mais de 10 mil moradias, pessoas vivendo em condições desumanas, em palafitas e cortiços”.


Guilherme Prado criticou terceirizações e onde se gasta o dinheiro na Cidade. “A gente tinha uma verba mitigatória de R$ 130 milhões da Ponta da Praia e serviu para valorizar o empreendimento do Mendes. Isso teria que ir para prioridades, para habitação, principalmente. O que vemos são as velhas famílias dominando”.


Marcelo Coelho também fez críticas à atual Administração, como a entrega de cestas básicas às vésperas da eleição. “Vejo que a Cidade tem uma névoa na frente. Hospitais sem medicamentos, um exame demora quatro, seis meses. Vejo os amigos dos amigos tirando nosso dinheiro”.


Márcio Aurélio falou em levar cultura para as periferias. “Nosso projeto é a criação da figura do agente comunitário do esporte e da cultura, vamos ocupar todas as praças e ruas, especialmente da periferia”.


Douglas Martins acha que falta uma política consistente para idosos no Município. “Grande parte dos idosos com 60 anos precisam de transporte público, mas em Santos a gratuidade é só com 65. Em toda região é com 60. O que justifica isso? Por que temos em Santos o que é em desfavor do idoso”.


Tanah Corrêa falou sobre como resolver o problema da falta de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) nas escolas municipais. “Temos que criar um grupo de trabalho para que cada escola se condicione à necessidade que tem para o AVCB. Isso vem há muito tempo sem esse tipo de documento”.


Debate foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do Grupo Tribuna
Debate foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do Grupo Tribuna   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Carlos Paz disse que saiu candidato por achar errado o que acontece hoje. “Fecha a conta dos valores gastos em publicidade, em grandes campanhas. Nas ruas hoje, centenas de pessoas com bandeirinhas. Será que compensa um salário de prefeito gastar esse dinheiro?”


Segundo bloco


No segundo bloco, Grupo B perguntou para Grupo A. Rogério Santos respondeu acusação que receberia salário da prefeitura de Cubatão, como dentista, sem trabalhar. “Existe licença prêmio. Sou servidor público em Cubatão há 32 anos, nunca recebi salário dobrado. Quando fui cedido, recebi só o salário de onde estava”.


Thiago Andrade citou a geração de empregos. “Santos tem potencialidade, temos um dos maiores portos do mundo e são quase 7 mil pessoas que perderam emprego este ano. É possível, com a relação Porto-Cidade, atrair investimentos nacionais e internacionais”.


Cascione citou a importância de buscar recursos internacionais para investimentos na Cidade. “Habitat, Unesco, Bird. São entidades internacionais que estão com portas abertas para dar aos países em desenvolvimento, mas que têm áreas de miséria, financiamento. Tenho relações com dirigentes dessas entidades”.


Ivan Sartori ressaltou a valorização do servidor público. “Valorizei quando fui presidente do Tribunal (de Justiça de São Paulo). Precisamos rever questões da Capep, do Iprev, porque não estão sendo repassadas as obrigações patronais. Precisa deixar o servidor numa posição digna”.


Banha pontou os problemas de alagamentos em Santos. “Nunca teve tanta enchente. Tentaram fazer o Santos Novos Tempos com dinheiro do Bird e foi cancelado por falha, má gestão do dinheiro. Precisamos de obras, de macrodrenagem”.


Bayard demonstrou preocupação com a área da cultura. “O que mais nos preocupa são os agentes da cultura que ficaram a ver navios, sem condições de ter o seu trabalho. Eleitos, vamos mexer na cultura, iniciando auxílio aos agentes culturais, com planejamento melhor”.


João Villela falou sobre a dificuldade de acesso ao Monte Serrat com compras. “Precisamos de uma ligação para chegar naquela área, ou faz o projeto do teleférico, ou cria uma pista. A região dos morros tem vários problemas, como falta de muro de arrimo. Vimos no começo do ano com as chuvas”.


Luiz Xavier decidiu usar seu tempo para criticar a todos. “É tudo marmelada. Temos 16 candidatos, mas, no fundo, é 15 de um lado e um do outro (ele).  Aqui ninguém fala em romper com esse sistema. O PSTU quer que os trabalhadores decidam sobre seu destino e sua cidade”.


No terceiro bloco os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, enquanto o quarto bloco foi para as considerações finais.


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