Buscar turismo diferente é aposta para o futuro financeiro de São Vicente
Habitual do turismo de um dia, será por meio de investimentos que a cidade ampliará seu público
Participante direta na lotação do Sistema Anchieta-Imigrantes em temporadas e feriados prolongdos, São Vicente é uma das cidades na Baixada Santista que mais recebe o “turista de um dia”, segundo especialistas do setor.
O motivo? Falta novidades do acervo de atrações locais. “Municípios como os nossos, litorâneos, que tem o setor de serviços como grande parte de sua renda precisam entender que o trabalho é mútuo: para os hotéis e restaurantes poderem lucrar, poderem lotar, portanto contribuir ainda mais com impostos e oferta de empregos, as prefeituras também precisam fazer a parte delas e atualizar as opções de lazer, para atrair maior quantidade e variedade de público”, afirma o diretor do Sindicato de Hoteis, Bares e Restaurantes (SinHoRes) Luiz Carlos de Oliveira.
Para o empresário, o exemplo está na cidade ao lado e pode, dadas as devidas proporções, ser reproduzido. “Santos soube fazer isso. Tá certo que há o Porto, mas também muita gente vem pra se divertir. Há festivais gastronômicos, hotéis que por si só são um conjunto de atrações, casas de shows, teatros”.
Outro público seria o de investidores, que poderia ser motivado por incentivos à instalação de empresas em grandes espaços na cidade, principalmente na Área Continental, explica Oliveira. “Tudo isso impacta o comércio a longo e médio prazo, e vai transformando a cidade, no que ela tem potencial para ser. Muito além de praias para passar o dia, movimentando o turismo durante o ano inteiro”.
Perfil
Segundo a Prefeitura, o registro de turistas é feito por meio das solicitações de entrada de ônibus e vans para turismo no Município. Em 2019, foram registrados 102 pedidos do tipo.
Este é o controle realizado pelo município, em conjunto com a cobrança de entrada do Parque Ecológico Engenheiro Tércio Garcia (antigo Horto Municipal). Juntos, eles geraram arrecadação aproximada de R$ 96,5 mil em 2019.
Dos turistas que vêm à cidade, 61% têm idades entre 21 e 40 anos. A grande maioria, funcionários de empresas privadas, funcionários públicos e estudantes. Três a cada quatro deles permanecem por um fim de semana (dois a três dias).
Quanto aos tipos de hospedagem mais procurados, estão casas de parentes, com 45%, e hotéis, com 28%. A maior parte (51%) é de moradores da capital.
Passado grandioso
No século 20, São Vicente foi uma cidade requisitada pela alta sociedade. Abrigando alguns dos maiores clubes do Brasil, como o Jockey Club – famoso pelo turfe (corrida de cavalo) – e o Hípico, que abrigava diversas modalidades de equitação com obstáculos, ambos desativados por falência.
Para os amantes do Carnaval, fica a glória também dos antigos bailes do Mares do Sul, no Ilha Porchat Clube, como outra lembrança do que o município perdeu.
