Sampaoli e Santos, agora, não podem errar

Depois da eliminação precoce na Sul-Americana, time não pode vacilar no segundo mata-mata do ano

Por: Régis Querino  -  19/03/19  -  21:54
Atualizado em 19/03/19 - 21:57
Jorge Sampaoli conta com todo o elenco santista à disposição
Jorge Sampaoli conta com todo o elenco santista à disposição   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Do início de temporada empolgante, quando exibiu um futebol vistoso, intenso e ofensivo, com direito a várias vitórias elásticas, o Santos teve uma sensível queda de rendimento após a eliminação precoce da Copa Sul-Americana.


Depois daquele empate em 1 a 1 contra o modesto River Plate, do Uruguai, no Pacaembu, em 26 de fevereiro, que causou a queda na única competição internacional que o time disputaria em 2019, a equipe de Sampaoli parece ter perdido o rumo.


De lá para cá foram quatro jogos e, apesar do desempenho geral ainda  ser favorável, com duas vitórias (Oeste e América-RN) e um empate (Corinthians), além da derrota para o Novorizontino, a performance santista deixou a desejar. Já não se veem em campo a mesma volúpia de jogo e a efetividade no ataque. Não à toa, são duas partidas sem balançar a rede.


Estudado pelos adversários, o Santos não conseguiu mais impor o seu estilo de jogo,  fato comum antes da desclassificação na Sul-Americana. Algumas limitações da equipe também passaram a ser evidentes, como a dificuldade de saída de bola quando o rival marca sob pressão.


Peças que custaram caro, como Soteldo e Cueva, não mostraram a que vieram até agora. Raros lampejos não valem nem de longe os milhões investidos e os altos salários pagos para a dupla, contratada a pedido do argentino.


Já Rodrygo parece estar mais preocupado em arrumar as malas e se mudar para Madri do que se despedir do clube que o revelou mostrando um futebol que justifique os 45 milhões de euros desembolsados pelo Real.


Fora de campo, a diretoria contribui para o momento de desequilíbrio da equipe, atrasando os salários. Apesar de alguns jogadores, como os zagueiros Luis Felipe e Gustavo Henrique, terem minimizado o episódio, é óbvio que nos bastidores esse tipo de problema gera insatisfação.


Hora de dar as cartas


Diante deste diagnóstico, o desafio do Santos no segundo mata-mata do ano não poderia ser mais duro. Enfrentar o Red Bull, time de melhor campanha no Paulistão até esta terça-feira (19), será uma prova de fogo a partir do próximo final de semana.


Mas, apesar de encarar uma equipe que tem um técnico experiente, jogadores rodados e boas revelações, o Alvinegro tem a obrigação de avançar às semifinais do Paulistão.


OK, camisa e tradição não vencem jogo e o futebol só é o que é por não ser uma ciência exata, mas uma nova eliminação precoce pode fazer o trabalho do técnico  sofrer as primeiras fissuras.


Afinal, se todos concordam que é necessário tempo para que um trabalho seja construído e renda frutos, por outro lado as críticas podem minar o respaldo que os torcedores sempre deram a Sampaoli.


Passar pelo bom time do Red Bull faria a equipe resgatar a confiança, gerando o embalo necessário para crescer na reta final, quando teria, provavelmente, os arquirrivais de São Paulo em eventuais semifinais e finais.


Cabe, pois, a Sampaoli e aos jogadores mostrarem que agora quem dá bola é o Santos.


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