Crise financeira é quase uma redundância na história do Santos. Desde os tempos mais remotos o clube luta com dificuldades para manter as contas em dia e trazer jogadores. Contudo, história à parte, Jorge Sampaoli merecia condições mais favoráveis para desenvolver seu trabalho.
Com duas contratações e muitas interrogações até aqui, o argentino admite que desconhecia a falta de dinheiro para a busca por reforços. Ainda assim, espera pela chegada de jogadores que possam elevar a qualidade do time, uma necessidade evidente.
Com o que tem em mãos, Sampaoli pode até conduzir o Santos a objetivos em um primeiro momento impensáveis. Mas, o que fica, principalmente para quem preza pelo bom futebol, é que em condições normais ele não vai conseguir desenvolver todo o seu potencial. O jogo intenso, ofensivo, de posse de bola e pressão constante ao adversário, fica prejudicado sem os agentes adequados para desenvolvê-lo.
Tirando o Palmeiras e talvez o Flamengo, caso a constelação que está formando confirme a força na prática, o restante dos times brasileiros está praticamente no mesmo nível. Por isso, se jogar sempre no limite de suas condições físicas e técnicas, o Santos pode fazer frente a qualquer time. O problema é exatamente esse. Com tantas competições e partidas, é quase impossível atuar no extremo das possibilidades a todo instante. Aí, leva vantagem quem tem mais atletas capazes de entrar e não deixar a torcida sentir falta dos titulares.
O Santos segue no mercado. Nomes cogitados e tentados são inúmeros. Entretanto, se os reforços (de bom nível!) demorarem a chegar, o clima de desconfiança vai continuar no ar. O que não ajuda em nada um técnico que não conhece na prática o futebol brasileiro e que, pelo prestígio que tem, a todo instante desperta o interesse da concorrência, especialmente a internacional.