Quem precisa de Paulo Henrique Ganso?

Meia parou no tempo, mas ainda chama a atenção dos clubes brasileiros

Por: Heitor Ornelas  -  14/01/19  -  18:56
Na Europa, Ganso teve passagens apagadas por Sevilla e Amiens, da França
Na Europa, Ganso teve passagens apagadas por Sevilla e Amiens, da França   Foto: Getty Images Sport

Como de costume, Paulo Henrique Ganso está em baixa e à procura de time. Na reserva do modesto Amiens, da França, o meia que pintou como gênio no Santos foi liberado pelo Sevilla, detentor de seus direitos, para arrumar clube no Brasil. Por ora, o Fluminense seria o principal interessado.


Nem vou falar da delicada situação financeira dos cariocas, que para sonhar com uma contratação dessas vão ter de fazer malabarismo. A questão é técnica mesmo, e vale para qualquer clube, mesmo os mais endinheirados. Como um jogador que vive do que mostrou há oito anos ainda desperta interesse?


Cotado como dono da camisa 10 da Seleção Brasileira por muitos anos, Ganso não passou nem perto disso. Mesmo assim, tem fãs incondicionais, todos saudosos da parceria com Neymar e esperançosos de que ele possa ser o craque do time. Difícil acreditar. Não por falta de capacidade. Todo mundo sabe que ele domina os principais fundamentos do futebol com tranquilidade. Nem mesmo a lentidão seria problema, pois o toque refinado, que faz a bola correr, compensa.


Quando se avalia por que a situação chegou a esse ponto, várias hipóteses são levantadas. Lesões no joelho ainda nos tempos de Santos e falta de orientação pessoal adequada seriam causas determinantes. Porém, para mim o X da questão é o próprio Ganso e a forma com que ele encara o jogo e a carreira, um tanto descompromissada, como se não tivesse muito a ver com os resultados em campo. Só isso, e a equivocada certeza de ser o astro que não é, explica o fato de um armador de inegável talento ter virado figurante na Espanha e na França.


Aos 29 anos, Ganso tem condição de jogar bem no Brasil por conta do baixo nível do nosso futebol. Mas, mesmo para entregar um serviço de razoável para bom, ele vai precisar de gente correndo para ele, um treinador paciente, uma torcida compreensiva... Quem se arrisca?


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter