Queda pode ser boa (à longo prazo) para o Tricolor

Eliminação do Corinthians para o Tolima, em 2011, deu início a reformulação que culminou com os títulos da Libertadores e Mundial em 2012

Por: Bruno Gutierrez  -  07/02/19  -  15:00
Jardine está na berlinda após derrota na Libertadores, mas poderia ser diferente
Jardine está na berlinda após derrota na Libertadores, mas poderia ser diferente   Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

O São Paulo perdeu o jogo de ida da 2ª fase da Copa Libertadores da América para o Talleres-ARG. O resultado de 2 a 0, no estádio Mario Kempes, retrata o momento em que o Tricolor vive. São muitas indefinições e (quase) nenhuma conclusão sobre elenco comandado por André Jardine. 


Lógico que o 'Soberano' ainda pode avançar. Vencer por três gols no Morumbi e seguir na luta pelo tetra da competição continental. Hoje, pelo que foi apresentado pelo São Paulo nos grandes jogos, não acredito. Mas, talvez, cair na Libertadores possa ser até bom para o clube.


Vamos tomar como exemplo o rival, Corinthians, em 2011. A equipe entrou em campo com medalhões como Ronaldo e Roberto Carlos para enfrentar o modesto Tolima, da Colômbia. Um empate medonho no Pacaembu e uma derrota, como visitante, selou o destino do Timão. Era a primeira vez que um time brasileiro caía nas fases preliminares da Libertadores da América.


O resultado, se os cartolas corintianos fossem pelo caminho comum, teriam demitido Tite, contratado mais jogadores tarimbados para tentar entrar com tudo no Campeonato Paulista e, talvez, ainda lutar por algo na Copa do Brasil ou no Campeonato Brasileiro. 


Mas, neste caso, isso não foi feito. E nesse caso, apesar das divergências diversas, ponto para Andrés Sanchez. Ele manteve  o treinador, que virou ídolo no clube. Na contramão da situação, viu suas estrelas deixarem o clube. Ronaldo, visivelmente acima do peso, se aposentou. Roberto Carlos foi para a Rússia.


O time foi se montado ao longo de 2011. Fábio Santos, Willian Bigode, Alex, Emerson Sheik, Liedson...Com isso, veio o título do Campeonato Brasileiro. A manutenção do técnico foi recompesada.


No ano seguinte, Mário Gobbi deu sequência ao projeto de Sanchez. O gol foi reforçado. No lugar de um questionado Júlio Cesar, Cássio, ainda desconhecido para os brasileiros e esquecido no PSV-HOL, tomou (e toma) conta da meta. Felipe chegou para deforçar a defesa. Douglas reforçou o meio campo. E no ataque, Guerrero e o talismã Romarinho. 


O Corinthians, finalmente, conquistou a sonhada Libertadores e o Mundial de Clubes, mesmo com a ressalva de ter enfrentado, na final, um Chelsea questionável nas mãos de Rafa Benítez. 


Assim como não confio em Andrés Sanchez, não confio em Leco. Se o São Paulo cair, infelizmente, a conta deve cair no bolso (e na demissão) de Jardine. E não haverá Raí ou Vagner Mancini que salvará o treinador.


Mas, poderia ser diferente. O Tricolor poderia dispensar medalhões, como Nenê e Jucilei. Manter André Jardine. Dar tempo para o treinador montar uma equipe e fazer uma nova avaliação do trabalho depois de alguns meses. Quem sabe, mexendo no elenco (que não vem encaixando há anos) e não no técnico (que é trocado a cada 3 meses) o Soberano possa voltar a ser chamado assim por merecimento, e não por apelido.


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