PSG e Real: loucuras que custam caro

Diferentes em peso, mas semelhantes no projeto, clubes fracassam na Champions

Por: Alexandre Fernandes  -  07/03/19  -  00:46

Quando se trata de eliminação do Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões, argumentos como pipocada e time pequeno tornam-se irresistíveis. Mas, se fosse assim, o 13 vezes campeão Real Madrid não teria caído, também nas oitavas de final, diante do Ajax, um clube de tradição, é verdade, mas sem o mesmo peso há mais de 20 anos. O que torna franceses e espanhóis semelhantes é o tal do projeto.


Tanto para o dono do PSG, o xeque do Catar Nasser Al-Khelaifi, como para o presidente do Real, Florentino Pérez, encher seus times de astros é o segredo do sucesso. Florentino, que assumiu a presidência do clube merengue pela primeira vez em 2000, foi responsável por algumas das contratações mais caras da história do futebol. Zidane, Ronaldo, Figo, Beckham e outros no início dos anos 2000. Mais tarde, Kaká, Cristiano Ronaldo, Bale, James Rodríguez...


Às vezes, dá muito certo. A era CR7 não pode ser ignorada. Foram quatro títulos de Champions entre 2013 e 2018. Só que Florentino não consegue enxergar os sinais de um fim de ciclo, como Zidane, já como técnico, percebeu em 2018. E deu de ombros para a ida de Cristiano para a Juventus. Achou que as estrelas que ficaram bastariam para garantir mais uma boa temporada. E só para não perder o costume, pagou caro por dois jovens promissores, Vinícius Júnior e Rodrygo.


Agora, com o Real eliminado na Champions e na Copa do Rei e praticamente sem chances de título no Campeonato Espanhol, Florentino vem sendo muito cobrado. E vai responder como? Mais uma vez gastando os tubos para contratar astros e um técnico de peso, que deve ser José Mourinho, apesar dos decepcionantes trabalhos nos últimos anos. Ou seja, a correção de rota vai apontar para aquilo que o dirigente pensa.


No Paris Saint-Germain é mais ou menos isso, também. Contrata pela grife. Mas e aí? Será que os veteranos Buffon e Daniel Alves fazem diferença como antigamente? Na frente, Neymar, Mbappé e Cavani se garantem? Ok, mas e quando dois deles se machucam, como foi o caso do brasileiro e do uruguaio? Tem reservas para, pelo menos, darem conta do recado e não jogarem tudo nas costas do jovem craque francês?


No caso do PSG, ainda há uma pequena esperança. Um acerto do clube para esta temporada foi a contratação do bom técnico alemão Thomas Tuchel. É notória a diferença de postura do time com ele em relação ao seu antecessor, Unai Emery. A eliminação nas oitavas da Champions, da forma que foi, vai doer bastante, mas não deverá ter como consequência a demissão de Tuchel. Pelo menos isso.


Agora, o grande ponto de interrogação que curiosamente liga o PSG ao Real é Neymar. Grande símbolo da loucura de Khelaifi no clube francês, ele terá seu nome ainda mais especulado para alimentar o projeto não menos delirante de Florentino Pérez no clube espanhol.


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