Atual tricampeão da Liga dos Campeões da Europa e tricampeão do Mundial de Clubes da Fifa, o Real Madrid se despediu nesta terça-feira (5) do posto de melhor do mundo da pior maneira possível. Goleado, dentro de casa, pelo Ajax, da Holanda, por 4 a 1, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões 2018/2019.
Não bastassem os chocolates que andou levando ultimamente do seu maior rival na Espanha, o Barcelona, o glorioso time de Madri, maior campeão da Champions, com 13 títulos, virou piada com o sacode protagonizado pelo time holandês.
Apesar da falta que Cristiano Ronaldo faz, há de se considerar que a equipe mantém um elenco estrelado, com Modric (o melhor do mundo em 2018, ainda que não seja nem de longe comparável a Messi e Cristiano Ronaldo), Gareth Bale, Varane, Benzema, Toni Kroos, Casemiro e Vinicius Junior, que deixou o campo na etapa inicial, machucado.
Se em campo há, no mínimo, um time com nomes respeitáveis, que tem ainda Marcelo, em má fase, na reserva, o problema do gigante espanhol está no comando técnico.
Desde a saída de Zinedine Zidane, no fim de maio de 2018, o Real perdeu o brilho. Que ficou ainda menos intenso quando Cristiano Ronaldo anunciou a sua ida para Juventus, da Itália, um mês e meio após a saída do francês.
De lá para cá, o Real abrasileirou-se. O sucessor de Zidane, Julen Lopetegui, após uma saída bizarra da seleção da Espanha durante a Copa da Rússia, ficou apenas 135 dias no comando do clube.
Após a vexatória derrota desta terça para o Ajax, o argentino Santiago Solari dificilmente ficará em Madri. Isso pouco mais de quatro meses depois de assumir o time. Marca negativa para dirigente brasuca nenhum botar defeito.
A ironia da derrocada madrilenha é que Zidane, quando surpreendeu a todos pedindo o boné, três dias após conquistar o tricampeonato da Liga dos Campeões, disse que precisava deixar o clube para que ele continuasse vencedor.
A verdade é que o prazo de validade desta equipe, a mais vitoriosa dos últimos anos no cenário mundial, expirou. A fórmula do time vencedor, quase imbatível, construída sob a batuta de Zidane, se perdeu com o tempo.
Não será surpresa se os dirigentes do Real tentarem trazer o francês de volta para comandar uma reformulação. Dinheiro, claro, não será problema. E o nome de Neymar, apesar de todos os pesares de sua conturbada carreira pós-Barcelona, voltará à pauta no Santiago Bernabéu.