O torcedor já sabe: está aberta a temporada de especulações. Aquele batido roteiro de final de ano, tão certo quanto o peru ou o chester na ceia de Natal: Quem sai? Quem chega? Quem renova contrato? Que jogador a torcida gostaria de ver vestindo o manto sagrado?
Se o clube em questão é o Santos, não dá outra. Robinho é um dos nomes a puxar a lista de prováveis reforços da equipe. Seja na janela de transferências do início ou do meio do ano, o atacante, atualmente defendendo o Sivasspor, da Turquia, é sempre lembrado.
Daí em diante os nomes vão pipocando. Alguns, com fundamento. Outros, mero balão de ensaio lançados por profissionais que cobrem o clube, comentaristas, palpiteiros, resenheiros...
O atacante Vágner Love, que chegou a negociar com o Alvinegro logo após a chegada de Cuca, o volante Tiago Maia, os meias Diego e Arrascaeta... Em comum, além do fato de serem bons jogadores, todos têm salários estratosféricos, muito acima da realidade santista. E da maioria dos clubes brasileiros.
Com os cofres combalidos, tentando amenizar o rombo financeiro que se desenha para o final do ano, fruto de dívidas de gestões anteriores, o Santos sonha com grandes nomes. E faz contas para saber quanto pode gastar e em que posições terá que investir.
Para isso, algumas respostas são fundamentais para dar início à “caça aos reforços”. Vanderlei fica? E Dodô? Gabriel é carta fora do baralho. Além do próprio atacante dizer isso nas entrelinhas, a Inter de Milão não aceitará emprestá-lo por mais uma temporada arcando com metade do seu salário, algo em torno de R$ 1,2 milhão.
Focando por setores, se o clube perder Vanderlei para o São Paulo, precisa contratar um goleiro. Vladimir, campeão paulista em 2015, poderia até iniciar o ano como titular, mas um suplente à altura seria necessário, já que ainda falta rodagem aos arqueiros John, de 22 anos, e João Paulo, 23.
Com a saída de Bambu, um zagueiro também entra na lista de compras, para formar ao lado de Lucas Veríssimo, Gustavo Henrique e Luiz Felipe. Lateral esquerdo é mais do que uma prioridade, já que o time só dispõe de Dodô, enquanto na direita Victor Ferraz e Daniel Guedes dão conta do recado.
No meio-campo, duas baixas: Renato vai assumir o cargo de executivo de futebol e Léo Cittadini partirá ao final do contrato sem deixar saudades. Se Yuri e Gabriel Calabres oferecem pouco para formar no elenco, o setor tem os imprescindíveis Alison, Diego Pituca e Carlos Sánchez.
Que precisam de companheiros do mesmo calibre (ao menos, um volante e um meia) para qualquer eventualidade, já que Diego Nunes, Jean Mota e Bryan Ruiz ainda não têm a confiança da torcida. Ruiz, no caso, precisa de uma sequência de jogos para provar que a sua contratação não foi um erro da atual gestão.
Para o clube que se gaba do DNA ofensivo, o setor de ataque é o que desperta maior atenção dos adeptos. A saída de Gabigol e a perda de Rodrygo no meio da próxima temporada faz acender o sinal de alerta. Isso porque, dos outros integrantes do setor, apenas Bruno Henrique e Derlis González têm crédito.
Eduardo Sasha, que teve um início empolgante, virou eterno reserva. Assim como Copete. Arthur Gomes é mero coadjuvante. E Yuri Alberto e Felippe Cardoso, duas incógnitas. Na soma dos fatores é fácil constatar que o Santos precisa de um novo matador e um atacante que atue pelas beiradas.
Escrito isto, o ideal é que o presidente José Carlos Peres e o técnico Cuca confirmassem logo, em coletiva de imprensa, lado a lado, a manutenção da parceria para 2019. Só assim, então, o Santos deveria ir ao mercado.