Vulnerabilidade Social

Por: Alexandre Lopes  -  18/12/18  -  11:53
Atualizado em 18/12/18 - 11:55
  Foto: Reprodução

Faltando menos de duas semanas para o fim de 2018, os fatos inusitados não param de acontecer na Baixada Santista. A história da vez, que está bombando nas redes sociais, vem de Praia Grande e é, ao mesmo tempo, curiosa e bastante triste.


No último fim de semana, um homem passeava com seu cachorro na orla da praia da Vila Mirim, na Avenida Presidente Castelo Branco. O animal, ao encontrar um saco preto no meio do jardim, acabou se assustando e, ao se aproximar, puxou o pé de um homem para fora.


O susto foi geral, já que a pessoa permanecia imóvel. Moradores se aglomeraram, turistas se aproximaram e a Polícia Militar acabou sendo chamada para atender a ocorrência. Quando a equipe chegou ao local, constatou que realmente se tratava de um corpo.



Após alguns minutos de análise, pouco antes do local ser isolado para a chegada da perícia, todos os presentes acabaram levando um novo susto. O homem que estava dentro do saco começou a se mexer, também assustado com a quantidade de pessoas que observava a cena.


O homem, na verdade, era um morador de rua que estava utilizando o saco de lixo para dormir e tentar se proteger. Após a confusão ser desfeita, o rapaz chegou a recusar atendimento, mas acabou sendo encaminhado para um abrigo onde pudesse ter algum tipo de conforto.


A situação é triste e, na temporada de verão, acaba se complicando ainda mais. Quem mora na Baixada Santista sabe que, nessa época, o número de moradores de rua, que sobrevivem em condições sub-humanas, cresce exponencialmente. Muitos, inclusive, não são da região.


Em Santos, a situação não é diferente. Quem anda pelo Gonzaga, por exemplo, não precisa procurar muito para encontrar pessoas em situação vulnerável. Diariamente, na porta de uma hamburgueria da cidade, enquanto alguns se divertem, homens dormem no chão, na porta do estabelecimento, sem serem notados.


Já passou da hora da sociedade exigir das autoridades providências sérias e imediatas com relação a esse assunto. Por mais que existam abrigos e algum tipo de assistência, isso ainda é pouco. Essas pessoas precisam de oportunidades concretas para recomeçar uma vida com o mínimo de dignidade.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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