Vendas on-line disparam no país em meio a pandemia

Associação Brasileira de Comércio Eletrônico registra aumento de 40% nas transações digitais

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  20/04/20  -  00:12

Em meio à crise econômica e às limitações impostas pela quarentena, empresários da região seguem uma tendência nacional e encontram nas ferramentas digitais formas de manter as vendas ativas. Não à toa, as vendas nesse segmento dispararam 40% no país, informa a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm).  


O aumento expressivo leva em conta a comparação do comportamento dos consumidores na primeira quinzena de abril deste ano com o igual período do ano passado. Um alento diante de estimativas que apontam que as atividades comerciais paulistas podem perder até R$ 138 bilhões devido à covid-19, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).  


Gigantes do setor de varejo – como o Carrefour e Grupo Pão de Açúcar – afirmam que seus comércios eletrônicos mais que triplicaram no último mês. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), na semana de Páscoa – entre os dias 6 e 12 de abril – o crescimento das vendas on-line foi de 81%.  


O incremento não se limitou a produtos eletrônicos e bens duráveis – principais itens comerciados on-line. Procura por mantimentos, alimentos, bebidas e produtos de limpeza estão em alta. Somente o segmento de medicamentos e materiais de saúde disparou mais 124%, informa a Abcomm.  


Fatores


A entidade avalia que o aumento foi impulsionado pelas regras de restrição, facilidade e busca por comodidade em meio ao período de quarentena causada pelo coronavíus. Também uma forma de evitar contatos mais diretos com outras pessoas ou aglomerações, a fim de se proteger dos riscos da pandemia.  


O diretor de atendimento ao varejo de e-commerce da consultoria Nielsen Brasil, Roberto Butragueño, diz que a tendência de novos consumidores pelas ferramentas digitais para compras deve ser mantida, após o fim da quarentena.  


“O segmento tornou-se um facilitador da atual situação em que as pessoas evitam aglomerações e demonstra que os consumidores estão hiperconectados”.  


Tábua de salvação


Para segmentos da economia regional, como restaurantes e lanchonetes, as vendas por plataformas digitais e aplicativos têm sido a tábua de salvação. Comunicação direta e ativa dos empresários por meio das redes sociais tem sido uma das estratégias adotadas.  


No mês passado, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHoRes) indicou que 70% dos empresários locais utilizam as entregas em residências. Números que crescem com a manutenção das restrições regionais.  


Os canais virtuais têm sido usados até mesmo em segmentos que tinham no comércio de rua maior apelo. Esse é o caso da livraria Realejo, no Gonzaga, em Santos. O empresário José Luiz Tahan virou uma espécie de conselheiro literário, com atendimento personalizado pelas redes sociais.  


“Estou me redescobrindo no ofício de livreiro. Tenho sugerido para quem nos procura alguns títulos com base ao que as pessoas leram ultimamente. Não é apenas um disque livro, mas um atendimento especializado”. 


 Ele afirma que o resultado tem se mostrado “interessante”.E que o modelo será mantido após o fim do isolamento social, dada repercussão positiva. “Esse é um momento de desafio e tenho me lançado com vigor na defesa e manutenção de uma livraria de rua, que já não é fácil em dias normais”. 


Logo A Tribuna
Newsletter