Extinção do 'ITESP' pode afetar mais de 20 mil pessoas na Baixada Santista e no Vale do Ribeira

A Fundação Instituto de Terras de São Paulo será uma das extintas no início de 2021 por conta do projeto de lei nº 529/2020

Por: Carlos da Hora  -  12/09/20  -  21:18
Grande parte das famílias ajudadas pela fundação estão localizadas em cidades do Vale do Ribeira
Grande parte das famílias ajudadas pela fundação estão localizadas em cidades do Vale do Ribeira   Foto: Reprodução/Fundação ITESP

A Fundação Instituto de Terras (ITESP) será uma das extintas, no início de 2021, por conta da Lei nº 529/2020, que pretende eliminar autarquias e empresas públicas do Estado de São Paulo. Contudo, o fechamento da fundação pode eliminar até 20 mil empregos diretos, afetando cerca de 40 mil famílias. Vale lembrar que o ITESP trabalha prestando assistência a famílias rurais e comunidades quilombolas, grande parte delas localizadas em cidades do Vale do Ribeira.


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Em contato com ATribuna.com.br, pessoas ligadas ao Instituto de Terras temem que este projeto de lei possa prejudicar a produção alimentícia em todo o Estado, já que a fundação é responsável pela implementação da política agrária e fundiária de São Paulo.


O ITESP presta assistência técnica a cerca de 10 mil famílias de agricultores. Apenas no Vale do Ribeira, esta comunidade movimentou cerca de R$ 310 milhões, com venda de alimentos e artesanato, em 2019.


Além disso, desde o início da pandemia do novo coronavírus, a fundação fornece alimentos às famílias em estado de vulnerabilidade social. Ao todo, mais de 8 mil cestas básicas, totalizando 125 toneladas de alimentos provenientes da agricultura familiar e das comunidades quilombolas, foram doadas.


As doações também se fazem presentes em políticas públicas que proporcionam alimentação segura em diferentes esferas, como é o caso do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).


A preservação ambiental também é abordada com o fim da instituição
A preservação ambiental também é abordada com o fim da instituição   Foto: Reprodução/Fundação ITESP

As pessoas ligadas ao Instituto também temem pela regularização de imóveis em municípios carentes, a preservação ambiental e todo o valor criado pela fundação ao longo dos anos.


Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo se posicionou sobre o projeto de lei, confira a nota na íntegra:


O projeto de lei propõe a redução de despesas com a extinção de 10 empresas e autarquias, cujas atividades podem ou já são desempenhadas pelas secretarias e outros órgãos, como o caso da Fundação Itesp.


Os assentamentos consolidados no Estado serão atendidos pela estrutura de assistência técnica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento que já conta com estreito relacionamento com os pequenos produtores rurais. A regularização fundiária, por sua vez, já é realizada pela Secretaria de Habitação, não sendo necessária a co-existência de uma fundação para realização deste trabalho.


Todos os servidores essenciais serão mantidos e direcionados a estes órgãos, uma vez que com a extinção haverá um período de transição para o completo fechamento da estrutura. Atualmente, o Itesp tem 594 funcionários para atendimento a 168 assentamentos no estado, sendo que o último deles foi criado há quase 15 anos.


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