Universidades da Baixada Santista priorizam aulas on-line

Avanço da pandemia de covid-19 faz instituições de Ensino Superior mudarem planos

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  17/03/21  -  22:14
  Foto: Walter Mello (tirada em 24/01/16)

Com o Brasil apresentando o pior cenário envolvendo a covid-19 desde o início da pandemia, há um ano, as universidades federais, estaduais e particulares da Baixada Santista priorizarão as atividades on-line. Algumas das instituições ouvidas por A Tribuna manterão as aulas no sistema híbrido, com a presença dos alunos em situações consideradas essenciais, como em laboratório ou para os estudantes da área da Saúde.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


A Unimes informou que as aulas continuarão sendo remotas, assim como semanas acadêmicas e congressos. Outra que tomou a decisão de manter no ambiente digital as atividades foi a São Judas, que frisou estar preparada para qualquer cenário. “Estamos acompanhando constantemente os índices epidemiológicos, assim como as decisões governamentais”.


Por sua vez, a Unisantos revelou ter iniciado o ano letivo no último dia 1º e todas as atividades permanecerão de forma remota. A universidade reforça que “estava preparada para o início do semestre letivo, de forma remota ou presencial, portanto o planejamento não sofreu alterações”.


Em 12 de abril, começarão de forma remota as aulas da Escola Politécnica da USP (Poli-USP). Já a Unaerp Guarujá informa que foram mantidas presencialmente as aulas práticas laboratoriais de formação profissionalizante dos cursos da área da Saúde, “respeitando as porcentagens de acordo com a fase em que o Município se encontra no Plano São Paulo, e as atividades dos demais cursos são ministradas por meios digitais”.


O campus Guarujá da Unoeste trabalha com atividades práticas presenciais e teóricas ocorrendo de maneira remota. Já a Esamc continuará com aulas on-line e ao vivo. Havia a expectativa de retomar o ensino presencial no 1º semestre, em formato de rodízio, mas decidiu adiar os planos diante das novas restrições do Estado.


A Unesp decidiu adotar o ensino remoto até o final de 2021. “Essa decisão foi tomada após análise do Comitê Unesp Covid-19, que apontou um ‘modelo arrastado’ de combate à pandemia no País”. A medida pode ser revista, caso o quadro da doença se modifique.


A Unisanta revela que as aulas acontecem por meio de sistema remoto e informa que “algumas atividades práticas dos cursos da Saúde são presenciais”. Horários de entrada, saída e intervalos foram alterados. De 10 instituições procuradas, só a Unip não se posicionou.


Autonomia


Em nota, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) diz que as instituições particulares de Ensino Superior “têm autonomia para definir a maneira adequada de retorno às atividades presenciais ou o sistema híbrido, de acordo com o que o contexto local permita”.


A entidade diz orientar a todas as instituições que sigam o protocolo de biossegurança elaborado pelo Ministério da Educação e as orientações dos governos locais. “O momento da pandemia é grave na maior parte do País e todo cuidado com a saúde dos alunos, professores e funcionários é importante”.


Por fim, a Abmes reforça que as instituições de Ensino Superior “estão preparadas para manter o calendário acadêmico o mais próximo da normalidade, para evitar que os prejuízos sejam ainda maiores agora e no futuro”.


Assim como outros setores da Educação, o Ensino Superior tem sofrido com os avanços e retrações da covid-19, que acabam prejudica o planejamento e a absorção de conteúdo por parte dos alunos. A presidente do Centro dos Estudantes de Santos e Região (CES), Aline Cabral, elenca as dificuldades.


“As perdas que a gente tem no modelo virtual são gigantes. O processo de formação do aluno, do profissional, não é só na sala de aula. Ele é nos corredores, nas quadras, nos intervalos, no trajeto até a faculdade. Então, o processo educacional é amplo. Infelizmente, é uma situação sobre a qual não tem muito controle, então as perdas vão existir”.


Ela cita que uma das grandes pautas do movimento estudantil no Brasil é a regulamentação do Ensino Superior, principalmente do sistema remoto de ensino. Questiona, ainda, como o setor irá lidar com o ensino virtual depois que houver a retomada das aulas presenciais.


“A gente sabe que ele gera muito mais lucros às universidades. O movimento caminha no sentido de a gente desconstruir a Educação como uma mercadoria”.


Apesar da decisão por parte das universidades, o cenário de incertezas e diferentes posições do Poder Público gera dúvidas em muitos professores e estudantes sobre o que pode ou não ser feito. Diante disso, A Tribuna procurou os governos Federal e do Estado para esclarecer as regras.


Em dezembro, o Ministério da Educação (MEC) havia permitido que universidades federais e particulares voltassem com as atividades presenciais a partir de 1º de março. Já na última sexta-feira, após ser procurada pela Reportagem para confirmar a data, informou sobre duas portarias editadas naquele mesmo mês.


“As instituições de educação superior podem utilizar recursos educacionais digitais, tecnologias de informação e comunicação ou outros meios convencionais, em caráter excepcional, para integralização da carga horária das atividades pedagógicas no cumprimento das medidas para enfrentamento da pandemia”.


O MEC ainda ressaltou que tais medidas visam garantir a segurança e estão “estabelecidas em protocolos de biossegurança nos casos de suspensão das atividades letivas presenciais por determinação das autoridades locais ou condições sanitárias locais que tragam riscos à segurança das atividades letivas presenciais”.


Estado


O Governo de São Paulo, por sua vez, endureceu ainda mais as restrições de circulação da população e reclassificou todo o Estado da fase vermelha para a emergencial, entre amanhã e o próximo dia 30.


Segundo a Secretaria de Estado da Educação, sobre as aulas em universidades, será mantido o critério da fase vermelha, com aulas virtuais e presenciais, desde que respeitem o limite de 35% de capacidade.


Na última quinta-feira, quando o governador João Doria (PSDB) anunciou a fase emergencial, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, orientou sobre a Educação Básica e o Ensino Fundamental, que seguem as mesmas regras. Também informou sobre a paralisação das aulas da rede estadual e recomendou o mesmo às redes municipais (o que foi acatado pelas nove cidades da região) e privada.


Logo A Tribuna
Newsletter