Unesco: Salvar o mar para garantir o futuro

Representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ressaltam importância da preservação dos oceanos

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  06/09/19  -  21:38
Chuva deve prevalecer durante o fim de semana por toda a região
Chuva deve prevalecer durante o fim de semana por toda a região   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Salvar o mundo não é confortável. Exige engajamento internacional e mudança de comportamento. Por isso, representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que já viajaram 35 países estiveram em Santos quinta-feira (5) para lançar a versão em português do kit do Programa Cultura Oceânica.


Ela ficará disponível, a partir do próximo dia 15, no site oceanliteracy.unesco.org. Trata-se de um livreto pedagógico que ressalta a importância de se preservar os mares.


Com ele, as escolas de Santos e do Brasil poderão se juntar a cerca de 14 mil unidades já visitadas pela Unesco, numa ação que se juntará à Década do Oceano da ONU – um conjunto de metas para envolver o planeta entre 2021 e 2030, ampliando a cooperação internacional.


A meta dos programas é envolver e engajar cidadãos, diz o oficial de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, Vinicius Lindoso. “Todos temos que nos tornar embaixadores. O mais importante é começar a ser responsável pelas ações e consequências”, conta ele, dando exemplos de mudanças simples a todos.


Entre elas, a de levar a própria sacola para o supermercado, pois mais descarte de plástico no mundo significa mais aquecimento global e dos mares. Aumentando a temperatura da água, há mais mortes de corais e a destruição do ecossistema marinho, o que significa falta de alimento, sem contar o avanço dos mares com o descongelamento de calotas polares.


“Tudo o que fazemos impacta no oceano. Tem quem use o carro quando não é necessário. É mais confortável? Sim, mas salvar o mundo não é confortável. Toda grande mudança requer comprometimento e esforço”, aponta Lindoso.


O que mais preocupa?


A coordenadora do Programa Cultura Oceânica, a italiana Francesca Santoro, também esteve em Santos e explicou que mesmo quem mora perto do mar nem sempre tem consciência de sua importância.


“As pessoas pensam em oceano só como praia para diversão, mas não entendem como ele é importante para nossa sobrevivência. Gera oxigênio e regula o clima”.


Estudo divulgado no Fórum Econômico Mundial de Davos revelou que, até 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixes. Ainda assim, esse não é o maior problema, dizem os representantes da Unesco. A questão é realmente iniciar algo, conta Francesca.


“Acho que grandes mudanças ao longo do mundo exigem pequenas mudanças das pessoas. Elas têm que vir das pessoas, da política, das empresas. E todo mundo está mais consciente ambientalmente. É mudar os hábitos e impulsionar o movimento”.


Perguntada como a Unesco e outros países enxergam os incêndios na Amazônia, a representante ressaltou que não adianta se preocupar sem agir. “Um dia o problema é no Brasil, outro dia é na Italia e outro, na Alemanha. Juntos, podemos resolver. Esse é o poder de cidadãos do mundo. Ninguém resolve esses problemas sozinho”.


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