Prepare o seu currículo. Mesmo com a pandemia de coronavírus, a Baixada Santista deve gerar cerca de 8 mil empregos para as festas de final de ano e a temporada de verão. Comércio e padaria serão os carros-chefe nas contratações.
Para dar conta do movimento esperado nas lojas da região, o Sindicato do Comércio Varejista estima que precisará de, pelo menos, 5 mil pessoas reforçando balcão e atendimento – número semelhante ao do ano passado, diz o presidente da instituição, Omar Abdul Assaf.
A aposta se deve aos finais de semana com grande fluxo de turistas que têm descido a Serra. “Como há uma dificuldade muito grande de as pessoas viajarem para fora do País ou mesmo para lugares mais longe no Brasil, as pessoas vão optar pela Baixada. Então, a gente espera uma boa temporada.”
Uma novidade deve dar um empurrão para as empresas no processo de contratações, explica Assaf. Houve um acordo como o sindicato dos trabalhadores, na assinatura da convenção coletiva, para que o piso salarial para ingressar no setor fosse alterado.
“Hoje, o piso de ingresso está em torno de R$ 1.540,00, um dos mais altos do Brasil. Mas, com essa cláusula, será de R$ 1,2 mil durante 90 dias, que é o contrato de experiência. Isso vai possibilitar que as empresas contratem. Por isso, a expectativa é altíssima, pois, durante a pandemia, muitos tiveram que demitir”, afirma.
Mais chances
Nos shoppings, também há planos para reforço. No Super Centro Boqueirão, em Santos, por exemplo, devem ocorrer 150 contratações. Porém, a maioria dos estabelecimentos não está com o número fechado. Mas a expectativa geral é de que sejam chamados menos temporários do que em 2019, quando se previam 1,2 mil contratações.
“Acreditamos que o volume de contratações será mais tímido que os anos anteriores, não ultrapassando 10% do efetivo de cada unidade, a menos que o horário seja estendido”, diz, em nota, a superintendência dos shoppings Brisamar, de São Vicente, e Praiamar, de Santos.
Padarias
As padarias da região são outro destaque para quem busca colocação. A expectativa é de que sejam gerados cerca de 3 mil postos entre o final de ano e a temporada. A previsão é do presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitarias de Santos e Região, Antônio Pires Gomes.
“Devemos ter algo muito parecido com o ano passado, quando foram abertas cerca de 3 mil vagas. Considerando o fluxo que a gente já está tendo nos finais de semana, a procura pela região promete ser grande.”
Os salários começarão em R$ 1,2 mil. As oportunidades devem ser para copa, balconista, padeiro, ajudante de panificação, confeiteiro e cozinheiro.
Mesmo quem não tem experiência pode ter chance. Segundo Gomes, o que se busca são aspectos comportamentais, porque, para funções como balconista e copa, não se exige conhecimento técnico.
Então, disposição, boa vontade, simpatia e capacidade de aprender contam muito, avisa. “Eles acabam entrando como ajudante, e a parte técnica se aprende no dia a dia, porque colocar o pão em um saquinho, qualquer um faz. Mas lidar com cliente, que é tão importante quanto, muitas vezes é da pessoa.”
Além disso, quem se destaca pode ter a chance de transformar uma vaga temporária em definitiva. Cerca de 20% dos temporários acabam sendo contratados. “Muitas vezes, não é logo após o término da temporada. Porém, ao longo de 2021, surgindo vaga e a pessoa deixando uma boa impressão, ela será lembrada.”
Já é tempo de procurar emprego
Tem interesse? Então, é hora de batalhar por uma vaga. A dica é visitar lojas, de preferência as que você mais se identifique. Faça contato e deixe um currículo. Repita isso na administração dos shoppings.
“Como são vagas específicas e temporárias, a panfletagem de currículos em lojas e administradoras de shoppings funciona. Eu mesma, quando preciso, entro em contato com as administradoras. Ir às agências de terceirização também é uma boa opção”, informa a consultora de Recursos Humanos Roberta Trigo.
Mas também não se afaste da internet. Inscreva-se nos sites das grandes empresas – muitas só contratam dessa forma. Há, ainda, grupos no Facebook que também servem como canal de divulgação.
Em geral, o comércio abre vagas para vendedores com perfil comunicativo e flexibilidade de horários. Outras oportunidades podem surgir para estoquistas e caixas.
Prepare um currículo enxuto e atraente. Esse será um passo importante. Descreva os três últimos empregos e não esqueça de telefone para contato (pode ser mais de um). Porém, é preciso ficar atento para não perder ligações e, claro, uma oportunidade.
“Um bom currículo deve ser sucinto, objetivo, mas com as principais realizações. E cuidado com os erros de português. Leia e releia para certificar-se de que está tudo ok”, diz a psicóloga e consultora organizacional Rita Zaher.
Para quem não tem experiência, vale a criatividade. Isso não significa inventar informação. “O currículo é um portfólio de vendas. Ele pode destacar qualificações, competências que tenha, no que a pessoa é boa, se já fez algum trabalho voluntário, monitoria. Mas que o recrutador consiga visualizar alguns talentos que ela tenha e o que a diferencia dos demais”, destaca Roberta.