Supermercados da Baixada Santista enfrentam desabastecimento por conta das chuvas

Comerciantes ainda têm dificuldades para comprar frutas, legumes e verduras para encher as prateleiras

Por: Rosana Rife  -  12/02/20  -  18:32
  Foto: Carlos Nogueira/AT

Supermercados da Baixada Santista enfrentam desabastecimento de até 50% de frutas, legumes e verduras desde o temporal que castigou o Estado entre a noite de domingo (9) e a segunda-feira (10). Nas feiras livres, a vida continua complicada e, nesta quarta-feira (12), pelo segundo dia seguido, várias barracas não foram montadas em Santos. 


De acordo com o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Omar Abdul Assaf, algumas empresas conseguem fazer entregas na região porque não trazem produtos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), na Capital, que ficou embaixo d'água. Caso contrário, o cenário seria ainda pior. 


“A situação mais complicada envolve frutas e legumes, principalmente os itens vindos da Ceagesp. Mas a gente espera que no máximo em uma semana tudo se normalize”. 


Feiras


Na feira da Rua Cunha Moreira, na Encruzilhada, em Santos, comerciantes contam que as barracas foram montadas com itens trazidos de fornecedores de outros centros ou comprados diretamente de produtores. 


Foi o que fez, por exemplo, Adriano Marques, 39 anos, que está com dois caminhões quebrados na Ceagesp e não sabe quando eles serão consertados e abastecidos por lá. 


“Temos menos quantidade de produtos para oferecer. O que vem da Ceagesp, como abacaxi, limão e mamão, por exemplo, não chegou. Conseguimos outros itens direto do campo”. 


Na barraca onde Fabiano Martins, de 42 anos, trabalha, faltaram ervilha torta, inhame e abobrinha. “Mas elas não saem muito. Já o chuchu tem em menos quantidade e aumentou R$ 0,50”. 


Claro que a clientela não gostou de nada disso. O professor Wagner Pires, de 52 anos, não saiu com o carrinho cheio nesta quarta e teve de fazer trocas para não acabar com o bolso vazio.


“O brócolis ninja, que costuma custar R$ 3,50, encontrei por até R$ 7. Não comprei. Optei pela acelga, que estava com melhor preço e qualidade”. 


Bater perna ao longo da feira também foi o caminho encontrado pela aposentada Maria de Lourdes Fernandes, de 70 anos, para fazer o dinheiro render.


“Pesquisei muito. Mas tem produto bem caro. Compro pacote de legumes a R$ 1. Hoje paguei R$ 2. Estou levando menos do que costumo”. 


Retorno 


A assessoria da Ceagesp informou que abrirá os portões aos poucos a partir da tarde desta quarta-feira. Com isso, será permitida a entrada de caminhões para carga e descarga de frutas, legumes e verduras. A previsão é de que os serviços se normalizem a partir de quinta-feira (13).


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