Os números ainda são pequenos, mas o Procon Santos já registrou cinco reclamações sobre o serviço de delivery de supermercados e farmácias da Cidade. Entre os problemas, a falta de mercadorias, produtos diferentes e cobrança indevida. As orientações são: procurar o fornecedor para a resolução da situação e, caso não seja, registrar uma ocorrência no órgão de proteção e defesa do município.
De acordo com o coordenador do Procon Santos, Rafael Quaresma, todas as reclamações abertas tiveram desfecho positivo para o cliente. “Nesse caso, em que o risco da atividade é do fornecedor, ele assume essas falhas, na logística, na separação ou mesmo na entrega do produto”.
Segundo Quaresma, esse tipo de reclamação é novo. “Nós não tínhamos. Não era algo comum. Veio como reflexo da pandemia do coronavírus. Me parece que os principais erros guardam relação com a falta ou a pouca de informação que é necessária, mas não é prestada pelo fornecedor”.
Direitos
O coordenador do Procon Santos ressalta que os produtos não devem ser entregues em embalagens danificadas, perto do vencimento (sem indicação) ou vencidos.
“(Nestes casos) deve-se solicitar a devolução imediata do item. Não é porque a pessoa não escolhe, que ela abre mão do seu direito ou que pode receber um produto perto da data de vencimento, ou pior ainda, vencido, nesses casos a substituição é obrigatória”.
Quaresma ressalta, no entanto, que alguns comerciantes vendem produtos próximo ao prazo de validade, muitas vezes aplicando descontos, mas que tudo isso precisa estar bem discriminado – ser informado.
Sobre garantir a entrega gratuita apenas para aqueles que atingem um determinado valor de compra, o coordenador do Procon Santos, não vê irregularidade. “Não se condiciona a compra de determinados itens à venda de outras, o que seria a venda casada”.
Economia
Diante da pandemia e o crescente serviço de delivery, as pesquisas por preços de produtos ficam mais difíceis, segundo o economista Jorge Manuel de Souza Ferreira. Tal situação tende a impactar no orçamento familiar, com o aumento da conta de supermercado para aqueles que optam pela e-commerce.
São duas as situações apontadas por ele: o tempo que leva para comparar preços entre aplicativos e as cobranças das taxas de entrega. O cliente pode comprar em dois sites diferentes, mas o valor do delivery vai acabar com aquela possível economia.
“É uma ginástica, uma dificuldade grande. O consumidor fica numa situação bem difícil mesmo”, diz o economista. Ele aponta que, em algumas ocasiões, a compra da refeição acaba custando menos, do que a seleção dos produtos no supermercado.
Por outro lado, Ferreira destaca que as pessoas mais impulsivas em mercados tendem a economizar, pois devem concluir as compras de forma mais rápida (no estabelecimento) e não recebem o mesmo estímulo diante da lista de produtos no site.
Dicas de higiene
Mesmo não saindo à rua ou entrando em um mercado, é preciso adotar uma série de cuidados com os produtos entregues por delivery. A atenção maior está nas embalagens, que, segundo o médico infectologista, Ricardo Hayden, devem ser higienizadas.
Os itens já embalados podem ser limpos com cloro ou álcool 70º - este mais caro e inflamável. Hayden, no entanto, destaca a primeira das opções. “É o melhor desinfetante e o mais barato que existe. Na cloro já vem a orientação de diluição, mas é uma colher de sopa, ou duas, para cada litro de água”.
O médico explica que um pano deve ser umedecido nessa solução para posterior higienização. Ele garante que o procedimento é seguro, se diluído da forma indicada e de maneira correta. “Essa solução de hipoclorito não é nociva. Sinta-se mergulhando em uma piscina, é mais ou menos isso”.
Sobre as sacolas, Hayden sugere que a mesma solução seja aplicada e faz outra indicação. Após descarregá-la, deve ser virada do avesso, pois pode ser reaproveitada para colocar lixo”.
Há dica também para os alimentos que chegam em caixas, como a pizza. “você pode ter o cuidado de tirar a tampa e, com algum grau de habilidade, com uma espátula, colocar a pizza em um prato grande ou assadeira. A embalagem deve ser descartada na lixeira do prédio e lave as mãos”. O mesmo procedimento pode ser adotado para outros pedidos de refeições.
Entrega em prédio
Ainda de acordo com o infectologista, os que moram em prédios podem receber as compras dentro dos carrinhos do edifício. “Se possível, a entrega pode ser colocada dentro do carrinho higienizado pelo zelador ou segurança. Assim a pessoa recebe o produto na porta e evita um contato, além do uso do elevador”.