Serviço de delivery registra queixas e clientes devem ficar atentos; confira dicas

Procon pode ser acionado, caso o fornecedor não entregue o produto comprado ou faça uma cobrança indevida

Por: Matheus Müller  -  13/05/20  -  00:52

Os números ainda são pequenos, mas o Procon Santos já registrou cinco reclamações sobre o serviço de delivery de supermercados e farmácias da Cidade. Entre os problemas, a falta de mercadorias, produtos diferentes e cobrança indevida. As orientações são: procurar o fornecedor para a resolução da situação e, caso não seja, registrar uma ocorrência no órgão de proteção e defesa do município.


De acordo com o coordenador do Procon Santos, Rafael Quaresma, todas as reclamações abertas tiveram desfecho positivo para o cliente. “Nesse caso, em que o risco da atividade é do fornecedor, ele assume essas falhas, na logística, na separação ou mesmo na entrega do produto”.


Segundo Quaresma, esse tipo de reclamação é novo. “Nós não tínhamos. Não era algo comum. Veio como reflexo da pandemia do coronavírus. Me parece que os principais erros guardam relação com a falta ou a pouca de informação que é necessária, mas não é prestada pelo fornecedor”.


Direitos


O coordenador do Procon Santos ressalta que os produtos não devem ser entregues em embalagens danificadas, perto do vencimento (sem indicação) ou vencidos.


“(Nestes casos) deve-se solicitar a devolução imediata do item. Não é porque a pessoa não escolhe, que ela abre mão do seu direito ou que pode receber um produto perto da data de vencimento, ou pior ainda, vencido, nesses casos a substituição é obrigatória”.


Quaresma ressalta, no entanto, que alguns comerciantes vendem produtos próximo ao prazo de validade, muitas vezes aplicando descontos, mas que tudo isso precisa estar bem discriminado – ser informado.


Sobre garantir a entrega gratuita apenas para aqueles que atingem um determinado valor de compra, o coordenador do Procon Santos, não vê irregularidade. “Não se condiciona a compra de determinados itens à venda de outras, o que seria a venda casada”.


Economia


Diante da pandemia e o crescente serviço de delivery, as pesquisas por preços de produtos ficam mais difíceis, segundo o economista Jorge Manuel de Souza Ferreira. Tal situação tende a impactar no orçamento familiar, com o aumento da conta de supermercado para aqueles que optam pela e-commerce.


São duas as situações apontadas por ele: o tempo que leva para comparar preços entre aplicativos e as cobranças das taxas de entrega. O cliente pode comprar em dois sites diferentes, mas o valor do delivery vai acabar com aquela possível economia.


Mesmo quem trabalha com delivery diz que vendas não bancam todos os gastos
Mesmo quem trabalha com delivery diz que vendas não bancam todos os gastos   Foto: Carlos Nogueira/AT

“É uma ginástica, uma dificuldade grande. O consumidor fica numa situação bem difícil mesmo”, diz o economista. Ele aponta que, em algumas ocasiões, a compra da refeição acaba custando menos, do que a seleção dos produtos no supermercado.


Por outro lado, Ferreira destaca que as pessoas mais impulsivas em mercados tendem a economizar, pois devem concluir as compras de forma mais rápida (no estabelecimento) e não recebem o mesmo estímulo diante da lista de produtos no site.


Dicas de higiene


Mesmo não saindo à rua ou entrando em um mercado, é preciso adotar uma série de cuidados com os produtos entregues por delivery. A atenção maior está nas embalagens, que, segundo o médico infectologista, Ricardo Hayden, devem ser higienizadas.


Os itens já embalados podem ser limpos com cloro ou álcool 70º - este mais caro e inflamável. Hayden, no entanto, destaca a primeira das opções. “É o melhor desinfetante e o mais barato que existe. Na cloro já vem a orientação de diluição, mas é uma colher de sopa, ou duas, para cada litro de água”.


O médico explica que um pano deve ser umedecido nessa solução para posterior higienização. Ele garante que o procedimento é seguro, se diluído da forma indicada e de maneira correta. “Essa solução de hipoclorito não é nociva. Sinta-se mergulhando em uma piscina, é mais ou menos isso”.


Sobre as sacolas, Hayden sugere que a mesma solução seja aplicada e faz outra indicação. Após descarregá-la, deve ser virada do avesso, pois pode ser reaproveitada para colocar lixo”.


Há dica também para os alimentos que chegam em caixas, como a pizza. “você pode ter o cuidado de tirar a tampa e, com algum grau de habilidade, com uma espátula, colocar a pizza em um prato grande ou assadeira. A embalagem deve ser descartada na lixeira do prédio e lave as mãos”. O mesmo procedimento pode ser adotado para outros pedidos de refeições.


Entrega em prédio


Ainda de acordo com o infectologista, os que moram em prédios podem receber as compras dentro dos carrinhos do edifício.  “Se possível, a entrega pode ser colocada dentro do carrinho higienizado pelo zelador ou segurança. Assim a pessoa recebe o produto na porta e evita um contato, além do uso do elevador”.


Logo A Tribuna
Newsletter