Sem creche, retorno ao trabalho é problema na Baixada Santista

Pelo Estado, outras cidades vivenciam o mesmo dilema. A Capital Paulista está na fase laranja do Plano São Paulo, que permite a reabertura de alguns setores da economia

Por: Tatiane Calixto  -  03/06/20  -  16:01
Sem poder receber as crianças devido ao novo coronavírus, creches preocupam pais de toda a Baixada
Sem poder receber as crianças devido ao novo coronavírus, creches preocupam pais de toda a Baixada   Foto: Claudio Vitor Vaz/Arquivo/AT

A possibilidade de reabertura de parte do comércio em algumas cidades da Baixada Santista tem levado preocupação a mães e pais que, se voltarem ao trabalho, não sabem com quem deixarão as crianças, devido ao fechamento das creches.


Este é o caso, por exemplo, da vendedora Sonia Nascimento, de 32 anos, que acompanha a situação com apreensão. “Sei que para o patrão está bem difícil permanecer fechado. Então, até entendo a volta. A minha maior preocupação é com quem deixar as crianças”, diz ela, que mora em Cubatão e trabalha em Santos. Mãe de dois filhos, de 3 e 6 anos, ela e o marido não têm familiares que morem nas proximidades. 


O assunto é complexo. As cidades da região, inclusive as que já traçaram ou implantaram medidas de reabertura, não estabeleceram novos protocolos para a área de Educação. Por ora, na maioria dos municípios, as atividades do setor seguem de forma remota. 


Pelo Estado, outras cidades vivenciam o mesmo dilema. A Capital Paulista está na fase laranja do Plano São Paulo, que permite a reabertura de alguns setores da economia. À imprensa, o prefeito Bruno Covas (PSDB) chegou a afirmar que uma das preocupações, agora, é em relação ao atendimento nas creches. 


“O primeiro ponto é de que forma vamos ter uma reabertura dessas atividades sem prejudicar as mulheres, porque as escolas e as creches não voltarão agora. E de que forma nós vamos garantir que não haja o desemprego da mulher trabalhadora, porque é sempre sobre a mulher que recai a obrigação de cuidar dos filhos”. 


Por outro lado, como aponta a Secretaria de Educação de Bertioga, as crianças em idade de frequentar as creches são mais frágeis, “não sabem se proteger e não é recomendado o uso de máscaras nesta fase. E como tendem a ser assintomáticas, podem representar risco de contaminação a seus familiares”. 


A Secretaria afirma que, por enquanto, não pensa em abertura prioritária do setor. “A previsão é abrir creches e escolas no mesmo período. A creche tem uma finalidade educacional. Não existe somente para que as crianças possam ficar por lá enquanto seus pais vão trabalhar”. 


Em São Vicente, que iniciou nesta semana a reabertura gradual do comércio, a Prefeitura diz que aguarda orientações dos ministérios da Educação e da Saúde sobre a reabertura de creches e escolas. “Diante das recomendações para evitar aglomeração de pessoas, ainda não há previsão para o retorno às aulas”. 


Cubatão, Guarujá, Peruíbe, Praia Grande e Santos afirmam que avaliam a situação, mas, agora, nada muda em relação ao atendimento remoto dos alunos. As outras cidades não responderam até o fechamento desta edição.


Na sexta-feira (29), o governador João Doria (PSDB) disse estudar a situação da Educação diante da possibilidade de flexibilização e que, na sexta-feira, o secretário estadual da pasta, Rossieli Soares, falará sobre assunto.


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