Prefeitura de São Vicente vai pedir liberação de ônibus na Ponte dos Barreiros para a Justiça

Apenas carros de passeio, motos, utilitários, SUVs, camionetes e micro-ônibus podem trafegar pelo local

Por: Rosana Rife  -  02/07/20  -  11:37
Prefeitura de São Vicente aguarda posicionamento da Justiça
Prefeitura de São Vicente aguarda posicionamento da Justiça   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Prefeitura de São Vicente vai pedir a liberação dos ônibus na Ponte dos Barreiros para a Justiça. O documento deve ser protocolado nos próximos dias, informa o prefeito Pedro Gouvêa. Nesta quarta-feira (1), primeiro dia de reabertura parcial  do equipamento, após mais de seis meses de interdição, o movimento foi intenso. Mas apenas carros de passeio, motos, utilitários, SUVs, camionetes e micro-ônibus podem trafegar pelo local, o que gerou reclamação de quem depende do transporte público.


Ônibus e caminhões continuam proibidos de circular pelo local. Com isso, micro-ônibus estão responsáveis pela travessia dos usuários que utilizam as linhas intermunicipais. A ponte é o principal acesso à Área Continental do Município, onde vivem mais de 150 mil pessoas. Os moradores, no entanto, pedem a volta dos ônibus. Eles alegam que a baldeação é demorada. É o caso da diarista Solange de Souza Costa Silva, 48 anos, que vive no Samaritá.


“A pé era mais rápido. Você atravessava e já pega o ônibus. Agora a gente pega esse micro-ônibus que demora muito. Já faz 20 minutos que estou esperando por ele. Vou me atrasar. É um caos morar em São Vicente”.


O estudante Raphael Viana Borges, 19 anos, também concorda. “Sem contar que a iluminação nos pontos de troca de ônibus é ruim. À noite, vamos correr o risco de assalto. Tinham que liberar a passagem dos ônibus”.


Divergência
A liberação parcial da ponte foi autorizada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na terça-feira (30), após análise de laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo. 


O prefeito, no entanto, diz que a probibição recai sobre veículo com peso superior a 16 toneladas e que os coletivos utilizados na Cidade não ultrapassam esse limite e tentará explicar isso para o Judiciário, solicitando a liberação também dos ônibus convencionais. “A tonelagem dos ônibus utilizados  pelas empresas EMTU (linhas intermunicipais) e pela Otrantur(linhas municipais) não ultrapassa as 16 toneladas. O que está divergindo é que a distribuição entre os eixos não é igual”.


De acordo com ele, na autorização de uso parcial da ponte, estipula-se a liberação para veículos com oito tonladas em cada eixo. “Mas os ônibus não têm essa dvisão igual. Sempre o eixo traseiro é mais pesado que o dianteiro. Nesse caso, eles têm 10 toneladas no eixo traseiro e cinco no dianteiro. A soma não supera as 16 toneladas autorizadas pelo laudo IPT”.


Com base nesses dados, o Municípiovai procurar novamente o Judiciário, solicitando a liberação também dos veículos. “Estamos tentando fazer com que nossos  técnicos e engenheiros consigam traduzir isso em uma linguagem que fique mais clara para que o Judiciário possa também permitir a circulação desses veículos maiores, o que dará um ganho enorme para a população”, conclui Pedro Gouvêa.


Carros


Já quem depende de veículos leves não teve do que se queixar. O trabalhador portuário Roque Gomes Conceição, 47 anos, mora no Parque Continental, e conta que respirou aliviado com a reabertura. “Eu estava pagando pedágio todo dia para ir ao trabalho. Às vezes, ia para Santos duas vezes no dia. Agora vai melhorar”.


Felipe Cosmo Oliveira Souza, 25 anos, diz que poderá deixar a bicicleta bem casa a partir de agora e voltar a usar o carro. Ele mora no bairro Irmã Dolores, em São Vicente, e também trabalha em Santos. “Estou levando meus pais para a rodoviária. Senão tivesse reaberto,  teria de deixá-los na cabeceira da ponte e depois eles pegariam um ônibus. Agora está mais fácil”.


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