Parque Tecnológico de Santos será entregue em 90 dias

Com as obras físicas já finalizadas, centro se prepara para ditar o desenvolvimento de tecnologia genuinamente caiçara.

Por: Eduardo Brandão  -  03/02/20  -  00:45
Empreendimento busca estimular a cooperação entre instituições de pesquisa, universidades e empresas
Empreendimento busca estimular a cooperação entre instituições de pesquisa, universidades e empresas   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Promessa de incluir a região na mira dos titãs mundiais da inovação e acelerar o (ainda tímido) segmento de startups local, a futura sede da Fundação Parque Tecnológico de Santos (FPTS) abre suas portas em até 90 dias. Com as obras físicas já finalizadas e pronto para ser equipado – o que vai ocorrer nos próximos dias –, o espaço se prepara para ditar novo ciclo econômico e consolidar o desenvolvimento de tecnologia genuinamente caiçara.


Projetado para promover pesquisa de desenvolvimento e inovação de processos industriais e logísticos, o empreendimento tem por objetivo estimular a cooperação entre instituições de pesquisa, universidades e empresas. “Santos tem em sua vocação de prestação de serviços. O Parque Tecnológico vem num momento importante, em que se busca uma virada econômica com uma agenda tecnológica”, afirma o secretário municipal de Governo, Rogério Santos.


Ele explica que o espaço tem condições para transformar a região num dos principais polos, posicionado entre os maiores eixos tecnológicos do Brasil. Apesar de um certo atraso em relação aos investimentos feitos em Campinas, Rio de Janeiro e Florianópolis – que se tornaram as três referências de inovação no País –, o secretário destaca o conjunto de fatores que podem transformar Santos numa espécie de o Vale do Silício do litoral paulista.


Universidades de excelência no setor, mão de obra de qualidade e apoio especializado com aporte de recursos financeiros são os ingredientes que colaboram para a inovação. “A vocação santista é e sempre será o Porto. E o setor privado se beneficia das inovações, financiando pesquisas para aplicar em suas atividades”.


>> Confira outras informações sobre o Parque Tecnológico de Santos


A cada ano, as universidades regionais formam cerca de 350 profissionais de tecnologia de informação. Devido às limitações locais, maior parcela dessa mão de obra migra para outros centros tecnológicos. “Falo como pai, que quer ver sus filha trabalhando aqui. Está no DNA do santista a inovação, cabendo ao Parque ser o catalizador desses atores”, cita o secretário.


Segundo a Associação Brasileira de Startups, Santos concentra 32 empresas jovens com modelo de negócios inovador. Número que sobe para 47 se levar em consideração as demais cidades da região. “Poucas delas desenvolvem soluções à cadeia logística e portuária. O que se deseja é fomentar essa atuação, que tem enorme potencial”, diz a chefe de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura de Santos, Cláudia Maria Sodero Salles.


A concentração de startup na região está aquém em comparação com outras regiões do País. Florianópolis, que surge como um dos principais polos de desenvolvimentos no País, concentra cerca de 150 empresas desse tipo, tornando a cidade com maior número de startups por metro quadrado. 


A capital catarinense colhe hoje frutos de um trabalho que começou décadas atrás, com forte atuação do Poder Público para diversificar a fonte de recursos no local. A expectativa por aqui é trilhar um caminho similar, propondo um ambiente favorável para que Santos se torne propício para novos negócios.


Cláudia destaca também ser missão da fundação local o fomento desse segmento, servindo como incubadora para novos empreendedores. A especialista explica que o espaço “liga” as grandes empresas de tecnologia à comunidade acadêmica e às startups. A gigante Amazon foi a primeira a formalizar parceria com o empreendimento.


“Percebemos um movimento de empresas (de tecnologia) sediadas em outras regiões de buscar interesse o em parte do empreendimento”. Cláudia também revela interesse de outras gigantes tecnológicas de se abrigar por aqui. “É um ambiente em que as informações circulam com velocidade. O Parque de Santos está bem avaliado pelos atores”.


Para organizar a gestão do espaço, a Prefeitura finaliza o edital para uma empresa privada fazer a administração do imóvel. O formato é defendido por dar mais agilidade em mudanças estratégicas, típicas do segmento. “Criamos condições para esse ecossistema, para que Santos se torne polo empreendedor tecnológico”, finaliza. 


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