Pais desempregados lutam para custear tratamento de bebê com microcefalia em São Vicente

Bernardo Virtuoso da Silva, de 1 ano e 10 meses, nasceu com fenda palatina. Tratamento deve ter início o mais rápido possível para que a cirurgia de correção possa ser realizada

Por: Daniel Gois  -  29/10/20  -  11:21
Pequeno Bernardo, de 1 ano e 10 meses, precisa realizar tratamento de graves doenças em Campinas
Pequeno Bernardo, de 1 ano e 10 meses, precisa realizar tratamento de graves doenças em Campinas   Foto: Arquivo pessoal

A família do pequeno Bernardo Virtuoso da Silva, de 1 ano e 10 meses, morador do bairro Jóquei Clube, em São Vicente, corre contra o tempo para ajudá-lo no tratamento de duas doenças graves - com as quais ele convive desde quando nasceu. 


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Bernardo já nasceu com microcefalia, uma malformação congênita no cérebro, além de fenda palatina, uma abertura na parte superior do céu da boca. Uma em cada 650 crianças nascidas no Brasil apresentam o problema, segundo o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (USP). 


A mãe, Maria Carolina Virtuoso Machado, de 26 anos, conta que Bernardo recebeu o diagnóstico das duas enfermidades logo no nascimento. Em seguida, ele realizou tratamento no centro de fissura do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. 


“Desde que nasceu sempre foi uma luta. No começo, quando descobriu a fenda, ele engasgava bastante, soltava muito leite pelo nariz. Ele brinca, mas não gosta de ficar em local muito fechado. Se tem muita gente em volta ele fica nervoso, começa a gritar, chorar, se morder, se arranhar. Tem um comportamento um pouco agressivo”, afirma Maria Carolina. 


Segundo o Ministério da Saúde, não há um tratamento específico para a microcefalia, existindo apenas ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento da criança. Já o tratamento da fenda palatina deve ter início o mais rápido possível para que a cirurgia de correção possa ser realizada. 


No caso de Bernardo, segundo a mãe, houve um atraso na realização dos exames por conta da lentidão no Sistema Único de Saúde (SUS) e as complicações decorrentes da pandemia do novo coronavírus. A sequência do tratamento de Bernardo será em Campinas (SP), com exames e consulta agendados para esta sexta-feira (30). 


No entanto, a situação financeira da família é um entrave. Maria Carolina conta que ela e o marido estão desempregados e que, como parte do tratamento, precisariam ir com Bernardo para Campinas de duas a três vezes por mês. Eles são auxiliados por familiares e amigos com fraldas, leite e materiais do dia a dia, mas não têm como custear as viagens necessárias para o tratamento, que não tem previsão de término. 


Além de realizar uma campanha virtual, a família de Bernardo também produz rifas para arrecadação de fundos. “Preciso juntar esse dinheiro para custear carro, alimentação, pousada, até porque estamos desempregados e dependemos de ajuda da família para conseguir fraldas, leite, coisas do dia a dia. Com mais esse gasto, não haverá condições”, desabafa.  


Nova luta


Bernardo não é o primeiro filho de Maria Carolina diagnosticado com microcefalia. Ela também é mãe de Luiz Miguel, de 4 anos, que convive com a anomalia desde o nascimento também. 


“No começo foi um baque”, recorda. “Bem difícil, uma rotina de muitas consultas, mas acabamos nos adaptando. Ele teve atraso para andar e falar. Mas graças a Deus hoje está bem”. 


Por já ter um filho com microcefalia, Maria Carolina relembra que os médicos mostraram receio na possibilidade de Bernardo também desenvolver a doença.


Maria Carolina ao lado dos filhos Luiz Miguel e Bernardo, ambos portadores de microcefalia
Maria Carolina ao lado dos filhos Luiz Miguel e Bernardo, ambos portadores de microcefalia   Foto: Arquivo pessoal

Não para por aí


Segundo a mãe, além de microcefalia e fenda palatina, há suspeitas de que Bernardo seja portador da chamada síndrome Pierre Robin, doença rara que causa deficiências no maxilar. 


As suspeitas começaram há cerca de 30 dias, durante uma consulta médica, devido ao queixo de Bernardo não estar crescendo e se desenvolvendo de forma adequada. 


Quem puder ajudar Bernardo e a família pode entrar em contato pelo telefone (13) 99121-0747.


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