O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) é contrário ao pedido da Prefeitura de São Vicente para liberar o trânsito de veículos na Ponte dos Barreiros. O posicionamento será juntado ao processo e encaminhado para avaliação do juiz Fábio Francisco Taborda, da Vara da Fazenda Pública de São Vicente, que determinou a interdição na última quinta-feira (28) e pode ou não acatar a indicação do promotor de Justiça Eduardo Gonçalves de Salles.
No sábado (30), mesmo dia em que foi fechada, a ponte passou por prova de carga para avaliar o peso suportado pela estrutura. A análise foi realizada pela FSA, contratada pelo Município. Segundo ela, o trecho poderá ser reaberto por 120 dias, desde que as autoridades sigam uma série de recomendações. Entre elas, limites de peso e velocidade.
Apesar da ponte ter passado pelo teste da FSA, o promotor ressaltou os danos estruturais destacados no relatório preliminar do Instituto de PesquisasTecnológicas(IPT), divulgado em novembro. “Representa evidente risco aos usuários”, escreveu Salles, que em sua decisão cita o seguinte trecho do relatório: “Há elementos estruturais em estado crítico, com risco tangível de colapso estrutural”.
A prova de carga foi solicitada pela Justiça em agosto, a fim de garantir a segurança de quem passa pela ponte. Mas, no último mês, o relatório do IPT foi divulgado e culminou na determinação de bloqueio do trecho.
Histórico
Segundoo promotor, desde 2014, quando o IPT elaborou relatório técnico para a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), a ponte já se encontrava em iminente processo de colapso. Ele menciona os processos de corrosão e rompimento de barras das vigas.
De lá para cá a ponte continuou aberta. Em dezembro de 2018, o IPT concluiu uma prova de carga e os resultados garantiam o tráfego de veículos no local até julho. Segundo Salles, é difícil imaginar que a situação da ponte não tenha se agravado desde a data indicada pelo instituto.
O promotor destaca que o estudo da FSA não pode se sobrepor ao do IPT e ressalta que, de 2018 até aqui, “nenhuma obra de recuperação foi iniciada e sequer há perspectiva de realização”.